Em ano eleitoral, certos temas que já fazem parte do cotidiano das cidades ganham projeção ainda maior na conversa da esquina, na mídia e nos discursos políticos. Longe das grandes preocupações da economia e política nacional, como a condenação dos autores do mensalão, os problemas corriqueiros do dia-a-dia interessam mais a quem concorre a – e a quem vota numa – eleição.
A realidade é mais real no microcosmo do que no macrocosmo. E quando se vive em Blumenau, o maior problema desta realidade é sem dúvida o trânsito.Nas últimas eleições municipais, promessas foram feitas, mas até agora a situação permanece inalterada.
Muito se discute sobre qual seria a melhor solução para a inércia das filas que se formam todo dia não apenas no centro, mas em vários pontos da cidade – e a cada ano que passa, surgem mais pontos de congestionamento. Com tanto tempo parados no trânsito sem fazer nada, é normal ouvirem-se teses e teorias procurando explicar e resolver um problema que, sendo estrutural, tem suas raízes bem distantes do nosso tempo.
Os políticos, por outro lado, sabem também que não podem deixar o assunto de lado, sob pena de perderem o interesse do eleitor. Algumas saídas para o problema demandam muito tempo e dinheiro. Entretanto, há uma solução que depende quase exclusivamente do esforço de cada um: o uso dos transportes alternativos.
Alternativa
A opção por utilizar mais a bicicleta, os ônibus e a caminhada exige, contudo, educação e conscientização. Por um lado, a educação para a mobilidade exige investimento, e é onde os políticos entram. É a parte social do processo. Por outro lado, a conscientização, que é individual, exige desprendimento.
Desprendimento do status conferido ao transporte particular. Desprendimento, muitas vezes, do conforto proporcionado pelo transporte particular. É uma opção – literalmente – pelo coletivo, em detrimento do conforto e do status individual.
Com esse desprendimento poderia-se, sim, optar pelos meios de transporte alternativo como saída para a crise no trânsito. Uma crise que, mais do que vontade política e investimento do setor privado, precisa de bom senso para ser solucionada.