Para que a greve de 41 dias dos servidores municipais de Blumenau chegasse ao fim foi necessária muito diálogo. Mas a pauta do Sindicato Único dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Blumenau (Sintraseb) não foi atendida integralmente, e a administração também acabou cedendo em alguns pontos para por fim a greve.
O prefeito Napoleão Bernardes (PSDB) declarou diversas vezes que não havia chance de conceder reajustes além do INPC. Porém chegou a oferecer 2% parceladamente para dezembro de 2014, 1% para maio de 2014 e 1% para maio de 2016. A proposta foi rejeitada. Ao oferecer 3% no mesmo período, a proposta foi aceita. O reajuste está condicionado ao crescimento da arrecadação municipal acima do índice oficial da inflação. Um abono de R$ 20,00 no período de julho a dezembro de 2014 também foi firmado.
Outro ponto cedido foi o desconto dos dias parados. A Prefeitura não abria mão do desconto por conta de uma imposição do Ministério Público. Já o Sintraseb, mesmo com decisão judicial ordenando a volta, defendia o direto de greve e ameaçava não repor. A solução na mesa foi o parcelamento do desconto em sete meses, com três dias descontados em cada folha. Mas se o trabalhador repor, os dias serão abonados.
Um ponto positivo para o Sintraseb foi certamente a promessa da Administração Municipal de rever os salários mais baixos, categorias 1 e 2. Será feito um plano de recuperação salarial definido e aplicado a partir de janeiro de 2015. Também trabalhado pelo sindicato, o Plano de Carreira, Cargos, e Vencimentos da Saúde, deve ser despachado para a Câmara de Vereadores até março de 2015.
O que os servidores ganharam?
Em suma, a greve deu aos servidores 3% de ganho real que a administração negava inicialmente e a elaboração do Plano de Carreira, Cargos, e Vencimentos da Saúde. Apesar de ser uma conquista da classe trabalhadora, a promessa de revisão dos salários mais baixos já havia sido uma proposta da prefeitura em resposta ao pedido da reposição das perdas, não reconhecida de forma retilínea pelo governo.
