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Crítica: Superman & Lois (Temporadas Um e Dois)

No ano de 2021, o canal de televisão americano CW e estreou na grade o seriado Superman & Louis (2021 – presente), com o intuito de apresentar uma nova história do Homem de Aço e abastecer o catálogo do serviço de streaming HBO Max.

A produção é uma parceria entre a CW e a HBO Max, o que fornece para o programa um orçamento maior do que shows do gênero como The Flash e Supergirl (atração na qual os personagens de Superman & Louis já haviam feito uma ponta).

O seriado é dirigido para o público geral. Desde os devoradores de quadrinhos à apenas espectadores que buscam algum produto leve no catálogo do HBO Max para maratonar durante o final de semana.

Inclusive, no Brasil é possível assistir o seriado pelo serviço de streaming HBO Max. O programa tem a terceira temporada em exibição no momento da publicação desta matéria.

O Homem De Meia Idade

O seriado apresenta para o público Clark Kent/Superman (Tyler Hoechlin) agora casado com Lois Lane (Bitsie Tulloch) e com filhos: os gêmeos Jon (Jordan Elsass/Michael Bishop) e Jordan Kent (Alex Garfin).

Após a morte da mãe de Clark e da manifestação de poderes por Jordan (herdados de Clark), Kent decide ir para Smallville para, longe da cidade grande que é Metropólis, dar o apoio necessário aos gemêos: ao que tem poder e ao que vai apenas ficar de suporte.

Durante a crítica não será apresentado demais pontos da história. Entretanto, é importante destacar que nesta adaptação vemos Clark numa versão “meia-idade”. O que foi possível observar foi como a produção escolheu equilibrar o super entre o homem. O que falhou.

Tyler Hoechlin, interprete do Homem de Aço neste show, oscila na performance em vários momentos. Um ponto positivo é o visual realista que ele transpassa para o personagem. Para o que a história quer atingir é um bom atributo.

Em alguns momentos as expressões de Tyler são vazias e robóticas. As interações entre os personagens, tanto do núcleo familiar Kent quanto dos moradores de Smallville é pequena. E quando acontece é mecânica.

Superman & Loi
Superman & Lois

Uma primeira temporada mediana, mas promissora

Para cada temporada de Superman & Lois somos apresentados a uma história diferente. Os episódios tem a estrutura clássica de uma série. A cada episódio um acontecimento pontual é desenrolado e encerrado no próprio episódio.

Na temporada acompanhamos a chegada de um magnata a Smallville que, após comprar o Planeta Diário, que promete crescimento econômico a cidade. Lois Lane estranhando a situação começa a investigar a situação. A cada episódio uma revelação surge.

A história é mediana. O seriado é leve e as cenas de ação são pontuais. O roteiro usa de recursos que após usados pela segunda vez, se tornam previsíveis. Algumas tramas da temporada ficarão de fora da crítica para que a experiência não seja estregada.

O roteiro tenta trazer elementos que já vimos em filmes de concorrentes, como Marvel, mas de maneira tímida. O que predomina narrativamente é um feijão com arroz. As saídas adotadas para os problemas abertos são fáceis e simplórios.

Os figurinos são decepcionantes. Não transpassa a impressão de que houve investimento para a série estar no catálogo do HBO Max. O uniforme do Superman aparenta, em muitos momentos, ser uma fantasia de casa de festas.

Uma segunda temporada que poderia nem ter existido

Os eventos da primeira temporada são citados na segunda, mas uma não está amarrada na outra. Para a segunda parte da série, uma doutora maluca quer unir duas realidades para se tornar a melhor versão dela.

A temporada, com a mesma quantidade de episódios que a anterior (15 episódios de 45 minutos, aproximadamente), são arrastados. O enredo é fraco para a quantidade de episódios propostos a serem exibidos.

A vilã não tem motivação necessária e nem carisma, justifica pouco o que ela defende. Novamente, a solução que o roteiro escolheu foi fácil. Os roteiristas não tiveram a capacidade de criar uma solução do nível da ameaça desenvolvida.

Sem lado político

Um ponto que a crítica levanta sobre muitas produções de modo geral, é o viés político embutido nelas. A concorrente da DC, a Marvel, deixou as produções do Universo Cinematográfico Marvel cada vez mais posicionado politicamente.

Tanto no cinema, quanto na televisão e streaming a Marvel, parte do grupo Disney colocou política no entretenimento. Em particular, Superman e Lois não apresenta indícios de politicagem durante a exibição do conteúdo que já foi ao ar.

Vale a pena assistir?

A terceira temporada está em exibição pro HBO Max, no Brasil. A história tem elementos mais realistas e menos de histórias em quadrinhos, como vilões que querem dominar o mundo.

Embora a primeira temporada seja mediana com seus pontos fracos e a segunda arrastada, é uma boa série. A tentativa de apresentar uma nova versão do Super-homem, tentando educar os filhos, conciliando a vida de super-herói com a de marido e pai é válida.

Dentre tantas tramas que se abrem nas temporadas, existem algumas que valem a pena serem destacadas como a da personagem Lana Lang (Emmanuelle Chriqui). O espectador vai acompanhar durante os episódios o crescimento pessoal e familiar da personagem.

Além dela, outra personagem que ganha destaque (mas não tanto) é a jornalista da Gazeta de Smallville, Chrissy Beppo (Sofia Hasmik). Ela funciona como o alívio cômico nos poucos momentos de cena da personagem.

O saldo é positivo para Superman & Louis. Possui uma história leve, porém com furos. O espectador não pode exigir muito, mas pode esperar entretimento e ver o Superman voando de um lado para o outro para salvar o dia.

Lucas Baldin
Lucas Baldin
Jornalista e designer gráfico. Atua na produção de textos e audiovisual.
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