Quem dormiu, não perdeu nada. Quem viu, teve que lutar contra os cochilos. A 42ª edição do GP do Brasil de F1 talvez foi a pior da história da prova tupiniquim no circo, com pouquíssimos lances de emoção e, desde o começo da prova, com o vencedor marcado. Aproveitando a posição da pole e controlando bem o ritmo diante do companheiro campeão, Nico Rosberg foi a forra e venceu a segunda seguida neste fim de ano, aproveitando também para selar o vice-campeonato da temporada mais previsível e monótona da década até então.
Apesar do triunfo alegre de Rosberg, a F1 também não passou incólume diante dos horrendos atentados da última sexta-feira (13/11) em Paris. Único frances no grid, Romain Grosjean, da Lotus, expressava bem a tristeza de cada patrício pelo mundo, bem com a de todos os pilotos. Grosjean levou no carro a hastag #prayforparis, além de carregar no braço esquerdo uma braçadeira com o bleu-blanc-rouge da bandeira da terra-mãe. Na parada dos pilotos, no grid e no pódio mais lembranças de um ato que mundo jamais esquecerá, mas que torcerá pela vitória do bem, hoje e sempre.
Na corrida, o previsível arroz-com-feijão de sempre. Rosberg largou bem, sem dar chances a Lewis Hamilton, e controlou bem o ritmo diante do companheiro de equipe, que pouco ameaçou a posição do parceiro alemão de time. Foi assim até o fim da prova paulista, com um revoltado inglês bradando a plenos pulmões que era “impossivel passar Rosberg”. Em terceiro, também insolitamente na prova, Sebastian Vettel, que cumpriu o que era o roteiro padrão da temporada nas últimas corridas.
Fora isto, outros pequenos detalhes marcaram a passagem da F1 no Brasil. Max Verstappen mostrou, mais uma vez, por que merece todas as atenções como promessa de peso para o futuro. Mesmo chegando em nono lugar, foi combativo e protagonizou, talvez, o melhor momento da prova. Uma ultrapassagem bem tramada sobre a Force India de Sergio Perez, usando praticamente toda a extensão do S do Senna. Uma manobra de coragem e arrojo, faltando apenas um carro melhor.
Os brasileiros, no entanto, decepcionaram e sumiram na prova. Mesmo com o bom público em Interlagos (ao menos, quem preferiu se livrar da narração chata da prova pela Globo), os “Felipes” tiveram atuações complicadas e uma corrida para esquecer. Massa teve problemas de acerto desde os primeiros treinos, andou discretamente em oitavo, posição onde terminou a prova, e acabou desclassificado no fim do dia, por conta de irregularidades nos pneus traseiros da Williams. Já Nasr, muito mais pé no chão, fez o que pudia com o fraco Sauber. Chegou a andar em quarto durante as paradas de box, mas perdeu rendimento e terminou o primeiro GP do Brasil da carreira no circo em um distante 13º posto.
Se faltou alegria durante a prova, não faltou motivos para dar boas risadas e sorrisos nos treinos, especialmente dos lados da entristecida McLaren. Bem-humorados diante dos problemas no carro, Fernando Alonso e Jenson Button aprontaram algumas fora da pista, talvez os melhores momentos da prova. O asturiano, depois de quebrar o carro ainda o Q1, foi visto depois tomando um relaxante banho de sol nas proximidades do laranjinha. Pouco depois, ele e o companheiro britânico foram clicados no pódio vazio de Interlagos, celebrando alegremente e rezando intimamente para, um dia, poderem voltar para aquele lugar depois de uma corrida.
Os 10 mais – Corrida
1 – Nico Rosberg (Mercedes)
2 – Lewis Hamilton (Mercedes)
3 – Sebastian Vettel (Ferrari)
4 – Kimi Raikkonen (Ferrari)
5 – Valtteri Bottas (Williams-Mercedes)
6 – Nico Hulkenberg (Force India-Mercedes)
7 – Daniil Kvyat (Red Bull-Renault)
8 – Romain Grosjean (Lotus-Mercedes)
9 – Max Verstappen (Toro Rosso-Renault)
10 – Pastor Maldonado (Lotus-Mercedes)
13 – Felipe Nasr (Sauber-Ferrari)
DSQ – Felipe Massa (Williams-Mercedes)
Os 6 mais – Campeonato
1 – Lewis Hamilton (363)
2 – Nico Rosberg (297)
3 – Sebastian Vettel (266)
4 – Valtteri Bottas (136)
5 – Kimi Raikkonen (135)
6 – Felipe Massa (117)
13 – Felipe Nasr (27)
A F1 volta a se encontrar no último domingo de novembro, dia 29, para o último GP da temporada, o de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, na pista-fuzil de Yas Marina. Os melhores momentos da prova, claro, você acompanha aqui pelo FAROL.