Carlos Marighella chora copiosamente ao tomar conhecimento do RELATÓRIO KRUSCHEV. Negava-se a aceitar o óbvio – o culto a personalidade de Josef Stálin. Marighella rompe com o partido comunista e passa à luta armada. Tal como Jean Paul Sartre(1905-1980), defendia a violência stalinista para se chegar ao socialismo.
Reagindo à prisão pelo delegado Sérgio Fleury foi morto no dia 04 de novembro de 1969. Marighella seguira as normas de seu manual. Portava um revólver Taurus calibre 32 com cinco balas e duas cápsulas de cianureto. Era o fim do terrorista. Tem início as interpretações e explicações na construção da memória em torno de Marighella: um falso herói.
Devaneios Irrealizáveis
A jovem Clara Charf (1925) tornou-se intérprete dos americanos na Base Aérea de Natal-RN. Findo a guerra tornou-se militante comunista. Casou-se com Carlos Marighella(1911-1968). Em 1946 Jorge Amado e Carlos Marighella foram ambos eleitos deputados federais pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB). Após a publicação do RELATÓRIO KRUSCHEV, Jorge Amado se retira da política e torna-se definitivamente um escritor. Carlos Marighella, segundo depoimento de sua mulher, a guerrilheira Clara Charf, chora copiosamente ao tomar conhecimento do RELATÓRIO KRUSCHEV.
Negava-se a aceitar o óbvio – o culto a personalidade de Josef Stálin. Marighella rompe com o partido comunista e passa à luta armada e tal como Jean Paul Sartre(1905-1980), defendia a violência stalinista para se chegar ao socialismo. O lúcido Albert Camus (1913-1960) enxergou os destemperos e exageros das revoluções. Camus afirmava que seus líderes, quando no poder, mais tarde ou mais cedo, se tornavam repressores ou heréticos… policiais ou loucos. Marighella e Sartre não quiseram saber por que Prometeu, com suas esperanças de regenerar o mundo, terminava como César(100 a.C. – 44 a.C.), tiranizando as instituições. Tornaram-se ícones tortos, que vez ou outra, ressurgem para alimentar devaneios irrealizáveis.