Um dos pontos mais tradicionais da cidade, a Feira Livre Municipal, mantém suas características originais desde que foi criada, há décadas atrás. Ainda se pode comprar produtos naturais vindos diretamente da zona rural e das cidades vizinhas. Verduras sem agrotóxicos, linguiças de colono e o delicioso creme de queijo são coisas que não se encontram nos mercados da moda.
Novos tempos
A Feira também é um ponto de encontro, de feirantes e clientes. E dos frequentadores do Box 00, mais conhecido como Bar do Cabral – o último reduto da boemia da cidade, aquela antiga e democrática boemia onde se encontram no mesmo espaço intelectuais e peões cachaceiros. Infelizmente, porém, a realidade que circunda a Feira não é mais a mesma.
Nos últimos anos, o entorno da Feira virou ponto de encontro, também, de consumidores de crack. Não apenas o entorno: o interior tem sido “visitado” e às vezes servido de casa para os junkies da cidade. Isso fez com que recentemente os feirantes tenham feito um abaixo-assinado, destinado ao Ministério Público, pedindo mais segurança no local.
Antes que fosse entregue, a Polícia Militar resolveu agir. Primeiro, “varreu” boa parte dos usuários de drogas do local. Infelizmente, alguns mendigos honestos, os catadores de lixo, foram confundidos com bandidos e “varridos” junto. Segundo, “plantaram” dois policiais à paisana nos dias de feira – segunda, quinta e sábado. De acordo com uma feirante, é mais um “bico” de segurança ou uma hora extra “por fora” dos policiais.
Como morador da rua da Feira, a Mariana Bronnemann, e ex-esposo de feirante, espero que essas medidas sejam suficientes para manter o espaço um lugar seguro e familiar, numa região em que o consumo e o tráfico de drogas vem crescendo nos últimos anos. Ao contrário de uma Oktoberfest, que é comercial e cosmopolita, ali efetivamente se vive e se respira a tradição.