Uma reunião entre o Governo Federal e representantes dos caminhoneiros neste domingo (27) em São Paulo não levou ao fim da paralisação nacional. Os grevistas consideraram insuficiente o tempo de redução nos preços do diesel oferecido, pois queriam 60 dias sem reajustes e o governo não cedeu.
A equipe do presidente Michel Temer prometeu tomar duas medidas: a isenção de cobrança do pedágio com o terceiro eixo levantado e o desconto no diesel de 46 centavos na bomba de combustível, e não de forma indireta.
Apesar da negativa, as negociações continuam no Palácio do Planalto e um acordo pode ser fechado ainda neste domingo. Informações de bastidores apontam que o governo poderia promover um corte de impostos para o fim da greve.
A retomada das tratativas está sendo atribuída ao governador de São Paulo Márcio França, que conseguiu um acordo com os motoristas para desbloquearem as rodovias estaduais e estacionarem às margens e em pátios.
Outras propostas
Na noite de quinta-feira (24) o governo ofereceu outros pontos em um acordo que acabou não vingando, pois os trabalhadores não se sentiram representados pelos representantes chamados para a negociação. Os pontos eram:
- Preço do diesel será reduzido em 10% e ficará fixo por 30 dias. Nesse período, o valor referência será de R$ 2,10 nas refinarias
- Os custos da primeira quinzena com a redução, estimados em R$ 350 milhões, serão arcados pela Petrobras. As despesas dos 15 dias restantes ficarão com a União como compensação à petrolífera.
- A cada 30 dias, o preço do diesel será ajustado conforme a política de preços da Petrobras e fixado por mais um mês.
- A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai contratar caminhoneiros autônomos para atender até 30% da demanda de frete. O governo editará uma medida provisória.
- Não haverá reoneração da folha de pagamento do setor de transporte rodoviário de cargas
- Tabela de frete será reeditada a cada três meses
- Cide, imposto que incide sobre os combustíveis, será zerado em 2018
- Ações judiciais contrárias ao movimento serão extintas
- Multas aplicadas aos caminhoneiros em decorrência da paralisação serão negociadas com órgãos responsáveis
- Entidades e governo terão reuniões periódicas a cada 15 dias
- Petrobras irá contratar caminhoneiros autônomos como terceirizados para prestação de serviços