terça-feira, 3 de dezembro de 2024
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Não é mera coincidência

Deposto pelo golpe de 1964, o presidente João Goulart ganhou a imagem de homem íntegro que foi impedido pelo militares de fazer um governo honesto. Trata-se só mesmo de uma imagem. Em seus dois anos de governo Jango deu uma boa força às FALCATRUAS entre o governo e as empreiteiras.

A informação vem do livro MINHA RAZÃO DE VIVER, de Samuel Wainer. De acordo com o jornalista, então diretor do Última Hora e um dos principais aliados do presidente, o esquema da época era aquele famoso tipo de corrupção que hoje motiva novos escândalos.

“Quando se anunciava alguma obra pública, o que valia não era a concorrência – TODAS AS CONCORRÊNCIAS VINHAM COM CARTAS MARCADAS, funcionava como mera fachada” escreveu Wainer. O que tinha valor era a combinação por trás das cortinas.

Lapela de Jango - botom de lapela da campanha de Jango à presidência em 1960. Fonte: Samuel Wainer: Minha razão de Viver, 10 edição, Editora Record, 1988 – páginas 237 e 238.
Lapela de Jango – botom de lapela da campanha de Jango à presidência em 1960. Fonte: Samuel Wainer: Minha razão de Viver, 10 edição, Editora Record, 1988 – páginas 237 e 238.

“Naturalmente as empresas beneficiadas retribuíam com GENEROSAS DOAÇÕES, sempre clandestinas, à boa vontade do governo”. Havia tanta intimidade entre as empreiteiras e o governo Jango que elas chegaram a financiar pronunciamentos do presidente.

“O famoso comício das reformas ocorrido em 13 de março de 1964, por exemplo, teve suas despesas de publicidade na imprensa pagas por um grupo de empreiteiros”, contou Wainer

Sérgio Campregher
Sérgio Campregher
Sérgio Campregher é historiador pela Uniasselvi/Fameblu e fala sobre política nacional e internacional e curiosidades. Escreve de Blumenau.
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