Nessa semana uma das mais importantes clausulas do plano de Recuperação Judicial da companhia têxtil blumenauense Teka Tecelagem Kuehnrich deveria ter sido cumprida: o pagamento de milhares de trabalhadores. Devido a uma crise a empresa demitiu muitos trabalhadores e não fez o pagamento dos direitos.
O plano
Em 31 de Outubro foi aprovado o plano de Recuperação Judicial, que é considerado uma cartada final da companhia têxtil de 87 anos que acumula prejuízos a uma década. Nele está previsto o pagamento dos créditos trabalhistas, aos fornecedores e dos impostos.
Depois de aprovado o plano, existia o prazo para recursos, que se findou ainda em Novembro. A partir de então o prazo para pagamento de créditos superiores a cinco salário era dezembro de 2014, e para os menores a empresa tinha 30 dias para quitar. Este prazo se encerrou na quinta-feira, 12.
E a empresa não pagou. Procurada pelo Farol Blumenau, a Teka disse que não irá se manifestar sobre o tema. O sindicato também não atendeu as ligações da equipe de reportagem, mas lançou nota oficial esclarecendo os prazos para pagamento.
Nessa nota também foi citado que a Teka protocolou no dia 18 de Novembro um pedido judicial de esclarecimentos da decisão de homologação, ou, embargos de declaração. Eles podem alterar parte do Plano de Recuperação e modificar os prazos de pagamento.
Meios próprios?
Anderson Onildo Socreppa, Administrador Judicial da empresa, disse: “A Teka não possui capacidade (e nem mesmo tem-se estratégia para tal fim) para se recuperar as suas próprias forças e estratégias internas”. Após o pedido de Recuperação, a situação financeira se agravou.
O débito submetido a recuperação é de R$ 458 milhões, mas o passivo total passa de de R$ 1 bilhão. Em Setembro a empresa teve um faturamento de aproximadamente R$ 13,8 milhões. O administrador frisou que o faturamento deve ultrapassar R$ 20 milhões para que o negócio seja rentável.
Segundo Socreppa, o deferimento da recuperação pode ser a última oportunidade de a empresa se recuperar.