sexta-feira, 19 de abril de 2024
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Startup de Blumenau desenvolve tecnologia inovadora

Anel Atratech
O anel funciona com a tecnologia NFC, que permite a troca de informações com a proximidade de dois aparelhos compatíveis
(Foto: William Westerkamp)

Entrar em casa sem as chaves ou desbloquear o celular sem a necessidade de digitar uma senha são apenas duas das vantagens oferecidas pela Atartech, de Blumenau. Com a tendência crescente de tecnologias que facilitam a vida das pessoas, os sócios Mike Allan Pellin e Orlando Purim Junior resolveram desenvolver um produto inovador: um anel inteligente. O produto utiliza a tecnologia NFC, permite uma infinidade de funções e coloca a empresa no mercado ascendente de wearable tech (tecnologia de vestir).

A ideia de montar o produto e o negócio surgiu no ano passado. Com a elaboração e desenvolvimento do projeto, os dois sócios se inscreveram no programa da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), o Sinapse. Após passar pela primeira, segunda e terceira fase do programa, o empreendimento foi contemplado com R$ 76 mil do governo estadual para sair do papel.

“Recebemos R$ 50 mil para gastar com a empresa, em que vamos prestar contas para a Fapesc sobre todo o dinheiro que for gasto. E R$ 26 mil para receber consultorias do Sebrae, que tem nos ajudado bastante”, explica Mike em entrevista ao portal de informações Noticenter. A subvenção será entregue para a Atartech em março.

A princípio o anel terá quatro funcionalidades: servirá para desbloquear smartphones quando o usuário o pegar na mão; abrir fechaduras digitais, tanto em casa quanto na empresa;  transferência de dados, em que o anel funciona como cartão de visitas eletrônico e para utilização do transporte público. Posteriormente, servirá até para efetuar pagamentos.

O anel funciona com a tecnologia NFC, que permite a troca de informações com a proximidade de dois aparelhos compatíveis. “Por exemplo, se eu colocar o anel próximo do seu smartphone, eu posso passar meu nome, meu número ou até um link onde todas as informações da pessoa estarão salvas, desde link de Facebook até os dados da carteirinha de vacinação”, explica Mike. De acordo com o sócio, hoje a tecnologia NFC está crescendo, porém poucos dispositivos ainda a possuem. Mas, até 2017, cerca de 40% do mercado de smartphones já deve vir com a tecnologia instalada. “É um mercado que está engatinhando ainda, mas que deve crescer muito nos próximos anos”.

Atualmente a Atartech tem um protótipo pronto, que serve para desbloquear o celular e transmitir algumas informações por meio de um aplicativo. Com o desenvolvimento do projeto, um aplicativo próprio será elaborado, a tecnologia será aprimorada e a quantidade de recursos disponíveis será ampliada.

Planejamento

De acordo com Mike, ele e Orlando devem participar de mais um processo seletivo chamado Startup Chile, que é um programa similar ao Sinapse criado pelo governo do Chile para buscar empreendedores no mundo inteiro. “Esse será nosso próximo passo agora para junho”.

Além disso, os sócios pretendem continuar estruturando o empreendimento e o produto. Estão também participando do Startaup SC, um programa do Sebrae voltado para negócios inovadores. E em setembro a Atartech quer lançar uma campanha de financiamento coletivo (como o oferecido pelo portal catarse.me) e apresentará novidades.

Desde o fim do ano passado a empresa está incubada no Instituto Gene, que tem como objetivo promover e estimular a inovação e empreendedorismo. “Para entrar no Gene, passamos por um processo seletivo no final do ano passado com várias empresas”, diz Mike.

Tecnologia WearableTech e mercado

Cada vez mais se ouve sobre tecnologias para vestir, como os óculos de realidade aumentada Google Glass ou o relógio inteligente Samsumg Galaxy Gear. Mas os dois sócios da Atartech querem entrar no mercado com um diferencial. O objetivo da empresa é “buscar um produto não melhor dos que estão no mercado, mas diferente. Para a gente a tecnologia tem que auxiliar as pessoas e não fazer a gente virar escravo ou refém dela. Muitos produtos dependem de uma bateria carregada, por exemplo, para funcionarem. Só podem ser usados enquanto tiverem bateria. Nosso anel não, ele pode ser usado em qualquer momento”, explica Mike.

Mike complementa que esse pensamento de fazer diferente faz parte da estratégia da Atartech: “hoje a tendência do mercado wearable está muito forte. Como o Brasil ainda está apenas engatinhando, queremos fazer algo bem certo enquanto as empresas lá de fora ainda não entram no país”.

De acordo com Mike, hoje o mercado de tecnologias para vestir gira em torno de US$ 750 milhões, mas em poucos anos, a previsão é chegar a US$ 5 bilhões. “É um mercado que passa por uma grande ascensão”.

As funcionalidades do anel também poderão ir muito além com o desenvolver do projeto. Mike dá um exemplo: “imagina se você sofrer um acidente. Com o anel, o bombeiro pode conferir seus dados em um banco de dados, saber se você tem alguma doença, qual seu tipo sanguíneo. Conforme o projeto se desenvolver, ele pode ser eficiente para diversas áreas. Além disso, como ele é wearable tech, aos poucos nós nem percebemos mais que o estamos usando. Ele passa a fazer parte de nós”.

Parcerias

Hoje, o que a Atartech busca são parcerias e fornecedores. “Quando começamos a busca por fornecedores, de tecnologia NFC, por exemplo, foi muito difícil encontrar alguém que soubesse atuar com isso. Mas temos trabalhado cada vez mais e encontrando as pessoas certas”, diz Mike.

A empresa de transporte coletivo de Blumenau, o consórcio Siga, é um dos contatos que Mike e Orlando têm mantido. “Eles estão dispostos a iniciar o transporte por esse dispositivo. Eles já haviam testado outros, mas não tinha dado certo. Assim, o ambiente é bem propício para a gente”.

O foco dos sócios são os grandes centros, como capitais. No entanto, Mike conta que, “se as parcerias aqui em Blumenau derem certo, com o Siga e outro contato que tivemos, seria um começo muito bom. Seria uma mídia muito boa para eles, para a cidade e também muito boa para gente”.

Contudo, Mike destaca como deve ser a atuação da empresa: “vamos trabalhar no mercado de wearable tech e cibernética. Wearable Tech por ser um anel, ou seja, podemos vestir. Cibernética será tratada em paralelo, mas são projetos futuros da Atartech”.

Com o prêmio recebido pelo Sinapse e apoio do Sebrae, Mike afirma que o empreendimento está sendo uma experiência muito boa. “Tudo tem encaminhado muito bem, por isso estamos ansiosos para deixar tudo pronto e começar em março, com a chegada da subvenção do Sinapse”, finaliza.

Informação do Noticenter
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