domingo, 13 de outubro de 2024
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Sem alternância de poder, prevalece a indiferença

Os manifestos de julho de 2013 foram ao longo destes últimos 13 meses diluídos na contra-manifestação. O manifesto contra o absolutismo reinante foi sendo destituído aos poucos e não intimidou os detentores do poder. A República permanece sempre exposta a crises que a sacrificam mais uma vez porque nunca foi verdadeiramente praticada no Brasil, contando com as massas para a defesa do populismo por se sentirem, as mesmas, identificadas com ela e beneficiadas por suas franquias e concessões.

Quando o Presidencialismo anula outros poderes, notadamente o Judiciário e o Legislativo, o mandonismo vigora alimentando a desorganização dos serviços públicos.

Esperava-se que restabelecida na sua plenitude a DEMOCRACIA constituiria um novo modelo por suas virtudes e por sua eficiência. Porém sem uma formação, entre nós de uma vigorosa consciência política, permaneceremos neste contexto. Os partidos políticos só se movimentam nas campanhas eleitorais para a obtenção de votos. Não temos ainda uma consciência política, porque tudo recai nos mesmos vícios do passado e o que prevalece é a indiferença.

No Brasil de hoje, não há um impasse político institucional, pois a configuração beneficia os partidos políticos.

A possibilidade de reeleição ad infinitum torna os dirigentes políticos permanentes freqüentadores de palanque com discursos vazios eleitoreiros de promessas futuras por quem está no exercício do poder, clara evidência da distorção do deixar o trabalho do mandato presente em função da conquista eleitoral de uma próxima gestão.

A prática do continuísmo direto ou indireto promove a corrupção eleitoral, desvios de verbas, licitações viciadas, favorecimentos e outras imputações de improbidades afins. O início da solução deste grave problema no quadro político está na ALTERNÂNCIA DE PODER.

O desejo do cidadão brasileiro é a procura do modelo natural – que é o da democracia moderna, forte e justa.

Para preservar e proteger os direitos e as liberdades individuais, um povo democrático deve trabalhar em conjunto para modelar o governo que escolher. E a maneira principal de fazer isso é através dos partidos políticos.

Há um ditado nas sociedades livres: cada povo tem o governo que merece. Para que a democracia seja bem sucedida os cidadãos têm que ser ativos, não passivos, porque sabem que o sucesso ou o fracasso do governo é responsabilidade sua e de mais ninguém.

Ao contrário da ditadura, um governo democrático existe para servir o povo.

As democracias garantem muitas liberdades aos seus cidadãos incluindo a liberdade de discordar e de buscar na ALTERNÂNCIA DE PODER um governo cuja obrigação é explicar  suas decisões e ações aos cidadãos com o objetivo de impedir a corrupção e de assegurar que as autoridades públicas continuem responsáveis e acessíveis às pessoas a quem servem, porque na ausência desses mecanismos, a corrupção pode florescer.

O autor é Historiador. 

Sérgio Campregher
Sérgio Campregher
Sérgio Campregher é historiador pela Uniasselvi/Fameblu e fala sobre política nacional e internacional e curiosidades. Escreve de Blumenau.
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