Há 60 anos, um acordo secreto entre o então presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, e o primeiro-ministro da União Soviética, Nikita Khrushchev, evitou uma guerra nuclear. De 16 a 28 de outubro de 1962, o mundo viveu sob a tensão de que a Guerra Fria saísse do papel. A presença de mísseis soviéticos em Cuba poderia ter culminado em uma tragédia sem precedentes. Mais tarde, a chamada Crise dos Mísseis tornou-se um exemplo bem-sucedido do uso da diplomacia em tempos de guerra.
PARA ENTENDER
União Soviética e Estados Unidos travavam na década de 1960 a disputa político-ideológica conhecida como Guerra Fria. Cuba havia passado por uma revolução nacionalista em 1961 e aliou-se aos soviéticos por conta do boicote norte-americano. Em outubro de 1962, aviões-espiões dos Estados Unidos tiraram fotos de uma base de mísseis soviéticos em construção em Cuba.
O governo norte-americano exigiu a retirada dos mísseis de Cuba e impôs um bloqueio ao país caribenho. Em 28 de outubro de 1962, Nikita Khrushchov anunciou que a União Soviética recuaria e desmontaria suas bases de mísseis no território cubano. O governo soviético também permitiu que militares norte-americanos revistassem as embarcações soviéticas que saíam de Cuba para confirmar que os mísseis estavam sendo retirados do país.
AMEAÇA NUCLEAR DE PUTIN
Putin, que enviou o seu exército para a Ucrânia em 2022, classifica a guerra como parte de uma luta com o Ocidente, que, segundo ele, humilhou a Rússia depois da queda do Muro de Berlim em 1989, ao invadir o que considera ser a esfera de influência de Moscou. A Ucrânia e o Ocidente dizem que Putin está envolvido numa apropriação de terras ao estilo imperial. O presidente russo, Vladimir Putin, acusou o Ocidente, nesta quinta-feira (09/05/24), de arriscar um conflito global e disse que ninguém teria permissão para ameaçar a maior potência nuclear do mundo.
Hitler tinha uma fome infinita por territórios, e isso só Chamberlain não viu —não por ser ingênuo ou ignorante, mas por acreditar que a diplomacia preservaria a paz. Com Putin o Ocidente não repetirá o erro de Chamberlain. Dissuadir as pretensões territoriais do Kremlin exige diplomacia. Como fazer, quando já se foi longe demais neste conflito com a Ucrânia?