sexta-feira, 29 de março de 2024
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Quando o amor não é mais servido, partimos para a sobremesa?

Não chores, amor.

Amor, a maior ostentação que existe. Os gregos acreditavam que o ser humano era feito de oito mãos e oito pernas, porém, por obra do destino e força de Zeus, os humanos foram  cortados ao meio, e, consequentemente, separados de nossa alma gêmea, e os hindus, tão distantes do ocidente, acreditam no amor eterno de Pavati e da bela Shiva.

No fundo, no fundo, com ou sem garantia, seja na arte ou na mitologia, todos acreditamos no verdadeiro amor.

Porém, muitas vezes quando nos encontramos no melhor lugar do mundo, há um rompante silêncio.

Chega uma hora em nossas vidas que, por um momento de descuido, é revelada a verdadeira face da pessoa que está ao nosso lado. Como um terremoto que abre crateras, aparecem as traições, as teimosias, as mentiras e as desilusões. Para a nossa surpresa, o príncipe e a princesa viram sapos. Chico Buarque, na célebre música “olhos nos olhos”, já cantou: “(…)quantas mulheres me amaram, bem mais e melhor que você(…)”

No carnaval de 2017, me deparei com a multidão cantando a célebre música dos cinquenta reais, me virei, e perguntei a uma amiga: será que todos estes já sofreram uma desilusão amorosa?

Pensando melhor, conclui de forma simples que, nem todos já sofreram uma grande traição, mas quase todos, em algum momento, sentiram que uma vida mais ou menos não basta.

E lá vamos nós de novo, mesmo que atropelados pela avalanche de mágoas e com lágrimas nos olhos, vamos começar e recomeçar todo o processo de renascimento.

Afinal, indago, por que voltamos a acreditar no amor?

A resposta pode ser até simples: Porque somos feitos dele. O amor está aí,  a nossa volta de formas pequenas. O amor feito com aliança de lata é muito melhor que um instagram de luxo. É só dar uma chance a ele.

É como se o amor fosse uma planta, e, em algum momento de nossas vidas, a planta morre.Todavia, mesmo se colocamos o vaso de amor morto dentro da garagem sem luz ou água, nasce um resquício de vida. Nasce um broto, que tenta, mesmo que no escuro, novamente e mais uma vez, prosperar.

Felipe Gabriel Schultze
Felipe Gabriel Schultze
Formado em Direito, escreveu os livros 'Federalismo Brasileiro' e 'Sede de Liberdade'. Escreve sobre reflexos do cotidiano.
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