Presidente controverso da Turquia Recep Tayyip Erdogan provocou escárnio e condenação, defendendo novos poderes que ele quer dar a si mesmo como sendo semelhante a Adolf Hitler. Erdogan vem tentando mudar a Constituição para formalizar a situação. Os críticos locais usam suas palavras para argumentar que ele estava se tornando ditatorial.
NÃO HÁ CONTRADIÇÃO
Em 2005 a pequena editora Manifesto em Estambul publica uma nova edição de Mein Kampf (Minha Luta – o manifesto panfletário antissemita e racista de Hitler). Passados alguns meses: 80 mil exemplares vendidos. Com a repercussão mundial, o Estado da Baviera decide intervir.
O estado turco, preocupado com a internacionalização do caso, determina que as editoras suspendam as vendas do livro, interrompendo a ação judicial movida pelos alemães. Mas isto não impede KAVGAM, a versão turca de MEIN KAMPF, de continuar sendo vendida em toda a Turquia.
Há vários anos a Turquia é o país onde Mein Kampf é o mais vendido. Hitler tornou-se um ídolo e representa hoje em dia na Turquia, um anti-modelo para o Ocidente democrático. Não há contradição entre o presidente Erdogan, seus eleitores cativos e Kavgam-Mein Kampf.
INCÓGNITA
A integração da Turquia a Comunidade Européia ainda é uma incógnita. Os turcos lançaram sua candidatura em outubro de 2005. 11 países membros, 47% dos europeus consultados são desfavoráveis à entrada da Turquia na União Européia, pois alegam que o país não possui valores em comum suficientes para integrar o bloco. Erdogan, que tem usado a posição de presidente do país para continuar sua agenda islâmica agressiva aumenta esta incógnita.