O deputado federal Pedro Uczai (PT) foi o único catarinense a votar para retirar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça e Segurança Pública, chefiado por Sérgio Moro. Pela matéria aprovada na noite desta quarta-feira (22), o órgão vai para o Ministério da Economia.
O plenário da Câmara acatou a modificação na medida provisória da reforma administrativa, que estruturou o governo do presidente Jair Bolsonaro e reduziu o número de ministérios de 29 para 22. A conclusão da votação ficou para esta quinta-feira (23) e ainda depende de análise no Senado Federal.
O Governo encarou a medida como uma revanche a Sérgio Moro e a Operação Lava Jato, responsável por expor esquemas de corrupção envolvendo dezenas de parlamentares. Foram 210 votos para manter o Coaf sob comando de Moro e 228 para retirar, além de 4 abstenções e 70 ausentes.
Além do voto pela mudança de Uczai, estavam ausentes na seção os deputados catarinenses Angela Amin (PP) e Rogério Peninha (MDB). Votaram por manter os deputados Carlos Chiodini (MDB), Carmen Zanotto (Cidadania), Caroline de Toni (PSL), Celso Maldaner (MDB), Coronel Armando (PSL), Daniel Freitas (PSL), Darci de Matos (PSD), Fabio Chiochet (PSL), Geovania de Sá (PSDB), Gilson Marques (Novo), Hélio Costa (PRB), Ricardo Guidi (PSD) e Rodrigo Coelho (PSB).
Justificativas de ausência
Resposta de Angela Amim:
A deputada Angela Amin estava ausente da votação porque como vice-presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara Federal, tem participado de eventos nacionais e internacionais que tratam dos impactos da inovação e das novas tecnologias na nossa sociedade, em especial na educação e no mercado de trabalho. Por conta disso, ela foi convidada para palestrar na abertura do WeMeet Europe, um importante evento de tecnologia da Europa, que aconteceu em Lisboa no dia da votação. Esse foi o motivo da ausência. Importante destacar que a viagem foi 100% custeada pelos organizadores, sem recursos públicos.
Resposta de Peninha:
Meu posicionamento sempre foi bem claro: COAF é com Moro. Ontem, inclusive, fizemos um trabalho intenso de bastidores no convencimento dos parlamentares. Sou vice-líder do governo no Congresso e tenho responsabilidade com o futuro do país. Começamos com uma expectativa que não passava de 100 votos, terminamos com 210. Infelizmente não foi o suficiente. Como todos sabem, no mês de outubro rompi o tendão de Aquiles. Deveria fazer repouso, mas em virtude das minhas atividades tenho andado muito. Ontem fui acometido por uma dor muito intensa, tive que ir ao Departamento Médico e não pude mais voltar ao plenário. É possível que eu tenha que passar por nova cirurgia. Gostaria muito de ter estado presente na votação – para a qual trabalhei desde cedo. Não foi possível, infelizmente. Quem já rompeu o tendão, sabe a dor insuportável que é. Sigo hoje fazendo exames, na expectativa de não precisar me submeter à outra intervenção cirúrgica