sexta-feira, 29 de março de 2024
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Persistir no erro é burrice, e quando se repete crime é…

Além de lama, a cidade de Brumadinho é tomada pela angústia das vítimas e da busca pelos desaparecidos. Dor e anseio são exibidos em reportagens. Embrulho no estômago e impotência são reações que afloram em todas as partes do país.

Confesso que ao saber da tragédia tentei não processar em minha cabeça o que realmente estava ocorrendo. Meu inconsciente desejava ardentemente que toda a dor que víamos era fruto de uma tragédia provocada pela natureza. Mas os tons da realidade sempre são mais intensos. Para minha angústia, a tragédia foi um crime que poderia ser passível de prevenção.

Região atingida pelo rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho/MG - foto de Isac Nóbrega/PR
Região atingida pelo rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho/MG – foto de Isac Nóbrega/PR

O Brasil possuí uma enorme dificuldade em aprender com seus erros. A tragédia de Mariana nas Minas Gerais mostrou a necessidade de mais fiscalização e regulamentação da empresa Vale. Não aconteceu. O crime repetiu-se. Sim, necessitamos dar nome aos bois, foi um crime, as mortes poderiam ter sido evitadas. Tal situação nos mostra a necessidade urgente do Estado fiscalizar e regulamentar.  A segurança de vidas não pode ser suprimida pelo anseio simplório de desenvolvimento econômico.

Há o peso da reincidência nas costas da empresa Vale. Não foi acidente, foi um crime indefensável.

Felipe Gabriel Schultze
Felipe Gabriel Schultze
Formado em Direito, escreveu os livros 'Federalismo Brasileiro' e 'Sede de Liberdade'. Escreve sobre reflexos do cotidiano.
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