quinta-feira, 18 de abril de 2024
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Os velhos donos da economia esqueceram de investir no social

A luz, a câmera e o marqueteiro estavam direcionados à mesa de madeira vazia. Um presidente envelhecido chega ao local de gravação. Senta com dificuldade e cruza as pernas da maneira que marqueteiro recomenda.  Bebe água em um copo de cristal da forma que o médico recomenda e lê o discurso recomendado pelos aliados.

Dessa forma começa o pronunciamento do presidente mais impopular da história do Brasil. Percebe-se que a história do país é cheia de presidentes impopulares. A ideia era transmitir o pronunciamento em horário nobre. A televisão havia perdido influência para a internet e para as novas plataformas de vídeo, mas a novela das 21h ainda tinha seus encantos e sua audiência.

O pronunciamento transmitindo cheio de cor e som de nada adiantava para chamar atenção dos telespectadores. A audiência era formada por trabalhadores cansados após um longo dia de trabalho, muitos não entendiam sua fala e a maioria o desdenhava.

A transmissão aconteceu na véspera do feriado de Tiradentes. O presidente Michel Temer cantava os bons resultados da economia e suas vitórias.  Apesar do discurso motivacional, não acredito que os frutos mostrados tenham alguma influência na vida do trabalhador de classe média/pobre. Sabe-se que o desemprego continua alto e o salário mínimo desvalorizado, o resultado apresentado interessa apenas os velhos donos do PIB e da economia.

O fato da classe alta Brasileira continuar engordando não é o problema. É necessário que os investidores continuem investindo no país, o que não pode ser admitido é esquecer os investimentos no social.

Percebe-se que se mostra necessário que se invista em distribuição de renda e em programas sociais de inclusão na mesma velocidade em que se é cumprido as exigências dos grandes empresários. Se existem reformas a serem feitas, é necessário que as mesmas não coloquem em risco os direitos dos trabalhadores mais pobres e da classe média Brasileira. Reformas e retiradas de direitos não são as saídas da crise.

Na recuperada da economia, os ricos esqueceram de investir no social. O povo, velho guerreiro, vê cada recuperação do PIB com esperança e, solitário, faz suas orações para dias melhores. Os programas de televisão teimam em confortar a angústia solitária daquele que vê o seu salário desvalorizado.

Na esperança de dias melhores o trabalhador sabe que Drumonnd estava certo: “Sozinho não se pode explodir a ilha de manhattan”.

https://www.youtube.com/watch?v=OT9n14Ohb-Y

Felipe Gabriel Schultze
Felipe Gabriel Schultze
Formado em Direito, escreveu os livros 'Federalismo Brasileiro' e 'Sede de Liberdade'. Escreve sobre reflexos do cotidiano.
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