quinta-feira, 28 de março de 2024
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Os movimentos sociais e a ruptura da democracia

Brasília - Integrantes do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra protestam em frente ao ministério de Minas e Energia (José Cruz/Agência Brasil)
Brasília – Integrantes do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra protestam em frente ao ministério de Minas e Energia (José Cruz/Agência Brasil)

Os movimentos sociais são uma das ações mais belas que existem. A explosão de artes inspiradas na Revolução Francesa é a prova concreta disto. Nada deve ser mais justo numa sociedade do que lutar pela liberdade e pelos direitos das pessoas. Porém, como em tudo na vida, sempre há contrapontos. No caso, é o atendimento do governo a certos movimentos sociais que resultam no privilegiamento de alguns grupos e prejuízo de outros. Claro que as lutas sempre são por boas causas, mas será que todas as reivindicações feitas por certos grupos são benéficas para a maioria da população? Num país democrático, o mínimo que se pode esperar é que todos (a maioria) tenham direitos iguais.

Por isso, jamais pode-se esquecer que os movimentos sociais em um país como o Brasil, que é democrático, são realizados por minorias, que nem sempre são tratadas igualmente em relação a maioria da população e assim recorrem às manifestações em busca de direitos iguais. Porém, grande parte das pessoas que participam desses movimentos ditos sociais esquece-se que os objetivos buscados em lutas não podem ser itens privilegiadores, mas sim direitos de igualdade social. Quando esses militantes visam méritos em vez de igualdade, tais lutas acabam sendo por ideais que corrompem e extrapolam a liberdade social, condenando a própria democracia que defendem.

Em resumo, a luta de tais movimentos só é justa, desde que seja por igualdade e não por qualquer tipo de privilegiamento. Quando essas lutas extrapolam esse objetivo (a igualdade de direitos), o resto da população acaba sendo desfavorecida (e até prejudicada), o que é um tanto desleal e antidemocrático, porém defendido por grande parte desses grupos que se dizem lutar em nome da democracia.

Como é de se esperar em um governo de cunho populista, os movimentos sociais desses pequenos grupos minoritários crescem e são atendidos com maior atenção pelo atual governo, mesmo que tais movimentos nem sempre visam igualdade social, e sim ações de benefícios singulares. Exatamente por isso, as ações do governo atual devem ser questionadas. Afinal, os políticos devem trabalhar em prol da maioria da população, não apenas a favor de grupos minoritários que seguem uma determinada ideologia.

O povo, minoritário ou não, merece que sua voz seja ouvida. Porém, não pode-se deixar que essas lutas vistam-se de objetos de uma democracia enquanto estão autocratizando o país em busca de direitos singulares. Muitos grupos minoritários acabam satisfeitos por serem atendidos pelo governo, mas não estão cumprindo seu papel para com a democracia lutando de forma tão individualista, apesar da falsa fantasia de coletividade. Para piorar, o governo, de forma antidemocrática, ainda os apoia como se sua atuação fosse facilmente maleável, o que é prejudicial para a maioria da população.

Cada vez mais o país tem centralizado poderes no governo e aprisionado a liberdade democrática, no caso, da população como uma maioria. O Brasil caminha para uma ditadura governamental fantasiada de democracia. Prova disto, além do privilegiamento (em alguns casos) das minorias, tem-se o intervencionismo cada vez mais crescente do governo, até mesmo nos movimentos sociais. Já a liberdade e igualdade, que deviam ser as principais características da democracia, sofrem delimitações e são também coordenadas pelo governo, que devia ser o alvo dos grupos na cobrança por tais privilégios.

Enfim, cada vez mais a maioria dos brasileiros vive em prol de sustentar o governo e suas minorias, enquanto devia lutar pela independência, liberdade e igualdade social. Infelizmente, boa parte da população tem se sentido bem abraçada pelo governo, enquanto ele cumpre seu papel de forma equivocada, contrária ao igualitarismo esperado num país democrático.

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