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Os antinazistas Scholl, Huber e Probst

20 de fevereiro de 1943, os membros da resistência antinazista Rosa Branca, Sophie Scholl, Hans Scholl, e Christoph Probst são executados (na guilhotina) na Alemanha nazista. Rosa Branca ( Weiße Rose) foi um dos poucos movimentos antinazista da resistência alemã, não-violento, de inspiração católica surgido na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. Sophie Scholl, Hans Scholl, Alexander Schmorell, Willi Graf, Christoph Probst e o Prof. Kurt Huber foram guilhotinados pela Gestapo em 1943 depois de Sophie ser presa com panflealemantos antinazistas.

Seus panfletos tinham trechos do apocalipse e frases antinazistas e eram deixados nas caixas de correio. Em julho de 1943, milhões de cópias do último panfleto da resistência, contrabandeado para o Reino Unido, foram lançadas sobre a Alemanha pelos aviões dos Aliados.

EXEMPLOS DE CORAGEM: Ativistas da resistência contra Hitler, os membros do movimento Rosa Branca foram presos e executados em 20 de fevereiro de 1943. Foto: Bundesarchiv
EXEMPLOS DE CORAGEM: Ativistas da resistência contra Hitler, os membros do movimento Rosa Branca foram presos e executados em 20 de fevereiro de 1943. Foto: Bundesarchiv

Trechos do Panfleto do grupo antinazista Rosa Branca sobre o silêncio de seus compatriotas no extermínio de judeus e intelectuais poloneses.

“Por que os alemães se comportam tão apaticamente diante de todos esses crimes abomináveis, crimes tão indignos da raça humana? Quase ninguém pensa sobre isso. É aceito como fato e posto de lado. O povo alemão dorme em seu sono idiota e estúpido e encoraja esses criminosos fascistas; eles lhes dão a oportunidade de continuar com suas depredações; e claro que eles fazem isso … Pois através de seu comportamento apático ele dá a esses homens maus a oportunidade de agir como eles fazem; ele tolera esse “governo” que tomou sobre si um peso infinitamente grande de culpa; na verdade, ele próprio é culpado pelo fato de ter surgido! Cada homem quer ser exonerado de uma culpa desse tipo, cada um continua seu caminho com a mais plácida e tranquila consciência. Mas ele não pode ser exonerado; ele é culpado, culpado, culpado!”

“Reza um antigo provérbio, que se costuma repetir às crianças: quem não aprende pelo amor, aprende pela dor. Mas uma criança inteligente só queima o dedo uma vez”.

“Não é possível enfrentar racionalmente o nacional-socialismo porque ele é irracional. É um equívoco falar de uma visão de mundo nacional-socialista, pois, se existisse, seria necessário sustentá-la ou combatê-la com meios racionais. A realidade, porém, nos oferece um quadro completamente diferente. Desde o seu primeiro germe, a base desse movimento era ludibriar as pessoas; desde o início estava apodrecido por dentro e só conseguiu se manter através da mentira contínua”.

ROSA BRANCA ( WEIßE ROSE): Em julho de 1943, milhões de cópias do último panfleto da resistência, contrabandeado para o Reino Unido, foram lançadas sobre a Alemanha pelos aviões dos Aliados. Foto: Bundesarchiv
ROSA BRANCA ( WEIßE ROSE): Em julho de 1943, milhões de cópias do último panfleto da resistência, contrabandeado para o Reino Unido, foram lançadas sobre a Alemanha pelos aviões dos Aliados. Foto: Bundesarchiv

A ROSA BRANCA

O que pode fazer um punhado de jovens, munidos de um ideal de liberdade, um elevado senso ético e um mimeógrafo clandestino, diante do terror brutal de um Estado totalitário? Este livro conta a trajetória impactante e profundamente comovente da Rosa Branca, um grupo de estudantes da Universidade de Munique que, por meio da redação e distribuição de panfletos, teve a coragem de contestar o regime nazista.

Combinando memórias familiares com a transcrição dos folhetos originais e relatos de testemunhas da época, a autora narra a tomada de consciência de seus irmãos Hans e Sophie Scholl, bem como dos outros membros do grupo, que ousaram afirmar sua resistência contra o nacional-socialismo, até serem capturados e sumariamente condenados à morte em 1943.

Traduzido para vários idiomas, e com mais de um milhão de cópias vendidas na Alemanha, A Rosa Branca foi o ponto de partida para o filme homônimo de Michael Verhoeven (1982) e também Uma mulher contra Hitler, de Marc Rothemund (2005). Além de documentos inéditos relacionados à história da Rosa Branca, a presente edição inclui uma apresentação redigida pelas organizadoras Juliana P. Perez e Tinka Reichmann, da Universidade de São Paulo, e um posfácio do historiador alemão Rainer Hudemann escrito especialmente para o leitor brasileiro.

DICA DE LEITURA: A ROSA BRANCA de autoria de Inge Scholl. Organização de Juliana P. Perez e Tinka Reichmann. Posfácio de Rainer Hudemann. Obra publicada com o apoio do Goethe-Institut – foto de S. Campregher
Sérgio Campregher
Sérgio Campregher
Sérgio Campregher é historiador pela Uniasselvi/Fameblu e fala sobre política nacional e internacional e curiosidades. Escreve de Blumenau.
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