sábado, 20 de abril de 2024
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Omissão de responsabilidade com a democracia

Não cabe aqui, o relato do triste fiasco que foi a declaração do governo brasileiro no episódio do conflito palestino contra Israel. Desde as primeiras horas, tornou-se patente que as declarações do Brasil eram equivocadas. As incompletas informações da chancelaria brasileira arrastaram o governo para um beco sem saída.

Não temos condições econômicas, militares e industriais que façam o nosso país uma grande potência, seja ela bélica ou econômica. Também não temos condições morais de desenvolvimento intelectual, de maturidade política para apresentarmos como modelo de governo para o mundo.

Tivemos no passado sim, serviços prestados a humanidade que fizeram de nosso país, poderoso para a paz, com a Força Expedicionária Brasileira e que se mantém hoje com o Exército Brasileiro em missões de paz.

Por outro lado, somos um país que aos poucos está omitindo os vínculos de compromisso com a democracia e a liberdade, quando se aproxima de países como a Síria, Venezuela, Bolívia, Cuba, Rússia que notadamente ceifam a liberdade  e a vida de seus cidadãos.

Já fomos um país fiel as tradições jurídicas.

Reivindicar a luta pela autodeterminação dos povos requer a defesa da democracia, fato marcadamente comprovado que não acontece nestes países, cujo governo brasileiro insiste em se aproximar. Pelas informações que dispõe o Itamarati, é improvável que a chancelaria brasileira desconheça a violenta realidade que acontece com os cristãos na Síria.

Se o governo brasileiro outorgou em 2010 a condecoração da  ORDEM DO CRUZEIRO DO SUL ao presidente da Síria Bashar al Assar  e se o governo brasileiro pretende promover a paz na Síria,  deve remeter uma carta ao governo sírio, instando pela cassação das perseguições religiosas. Nas circunstâncias atuais, o governo brasileiro ainda uma vez, não pode deixar de relevar e deplorar a situação de injustiça, de perseguição e morte, movida pelo governo de Bashar al Assar..

Aliar-se a países, cuja ação política é derivada de uma ideologia que implantou uma forma padronizada de Estado, de governo, de atividade, de concepção de vida social não é apoiar a democracia de fato.

O governo brasileiro, demasiado confiante tem o dever de evitar o irreparável. Declarações da chancelaria brasileira em assuntos no exterior, sugere o entendimento de que seja relevante importar assunto que não faça parte da realidade brasileira para omitir-se de responsabilidades de sua política interna.

Findo a Copa do Mundo, o governo federal busca conduzir o tema do dia nos jornais, omitindo-se de suas responsabilidades perante a administração pública.

O  Brasil não deve se opor aos desígnios da União Européia e de  muitos outros países que condenam o terrorismo. O atual governo brasileiro adotou uma equivocada linha de independência na política externa e esta linha trouxe para o nosso país a não condenação do terrorismo, do racismo e da intolerância religiosa. Ao não condenar, o governo brasileiro não se coloca ao lado das forças progressistas da história de cumprir os compromissos internacionais de liberdade, do respeito aos direitos fundamentais do homem e a autodeterminação dos povos livres.

Correto está o embaixador israelense ao afirmar que o Brasil não dever ser parte do problema, se não quer contribuir para a solução.

Sérgio Campregher
Sérgio Campregher
Sérgio Campregher é historiador pela Uniasselvi/Fameblu e fala sobre política nacional e internacional e curiosidades. Escreve de Blumenau.
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