Uma ligação que de certa forma é ocultada até hoje são os fortes laços do nazismo alemão de Adolf Hitler com o Integralismo brasileiro. O partido integralista teve grande influência no governo do ditador Getúlio Vargas, no poder de 1930 até 1945. Blumenau tinha não só eventos integralistas, mas até uma sede do partido nazista.
E a maioria dos adeptos do integralismo era residente no Rio Grande do Sul, nas cidades de Novo Hamburgo, São Leopoldo, e em Santa Catarina nas zonas de colonização alemã: Joinville, Brusque e Blumenau, cidade que realizava marchas em fileiras ao maior estilo nazista alemão.

Integralismo
Oficialmente o Integralismo omitiu-se a respeito da campanha anti-semita empreendida pelos seus líderes, apesar de o movimento ter inspirado seus rituais no universo ideológico fascista e no nacional-socialismo.
O maior número de obras anti-semitas publicadas durante a era Vargas é de autoria dos adeptos. Esse foi o principal partido da extrema direita que vigorou durante o Estado Novo em busca do poder político, cujos integrantes foram identificados com os nazi-fascistas quanto as suas atitudes e ideologia.
Uma série de obras anti-semitas foram traduzidas e reeditas nos anos de 1930 pelos adeptos do movimento, um verdadeiro centro da irradiação da propaganda contra os judeus. A representação da corrente mais radical é a de Gustavo Barroso, Bacharel em Direito no Rio de Janeiro em 1912.

São Paulo: a conexão entre o integralismo
e o nazismo no sul do Brasil
Quem foi Barroso
Segundo Júlio José Chiavenato em sua obra “O inimigo eleito”, Gustavo Barroso foi o grande ideólogo e a personalidade mais rica do anti-semitismo brasileiro, além de fanático, sectário e ignorante dos métodos de análise e pesquisa histórica.
Muito conceituado na Alemanha, teve suas obras elogiadas pelo Jornal Der Strümmer, de Július Streicher, o papa do racismo alemão, além de ser chamado de o Führer do integralismo brasileiro pelo Deutsche La Plata Zeitung, de Buenos Aires.
Neste contexto, suas idéias encontraram ecos entre os partidários do sigma. Seus conceitos e valores foram alimentados pelos contatos com a Alemanha, além do que, recebeu durante muito tempo, dinheiro nazista do Banco Alemão Transatlântico.
A gênese anti-semita das obras de Barroso pode ser identificada a partir dos seguintes fatos: era filho de uma alemã de Württemberg, o que lhe valeu o sobrenome Dodt; sua familiaridade com o conteúdo de obras tipicamente antisemitas; correspondência mantida com os dirigentes do nazismo alemão, das quais recebia constantemente material anti-semita.
Obras
É de sua responsabilidade a tradução do livro anti-semita “Os Protocolos dos Sábios de Sião”, pela qual elaborou o prólogo e inflamados comentários amplamente marcados pela ideologia racista, muitos dos quais deturpando conceitos e realidades. No Brasil, os seus leitores eram simpatizantes ou adeptos do integralismo.
A Nova Alemanha de Adolf Hitler sempre impressionaram Barroso, conforme deixou transparecer no prefácio que redigiu para a obra de Tenório d’ Albuquerque: a Allemanha grandiosa. Apresentada como “um milagre de ordem, de trabalho, de disciplina e de fé patriótica”, a Alemanha foi salva das garras dos judeus que a bolchevizavam por meio da social democracia de Weimar.

Fonte de pesquisa: O ANTI-SEMITISMO NA ERA VARGAS. Tucci Carneiro, Maria Luiza. Estudos. Editora Perspectiva. São Paulo, 2001.
Imagens: Arquivo Histórico José Ferreira da Silva – AHJFS
positivo e operante,a história desvendada,luz aos ignorantes,obrigado.
Sérgio
Parabéns pela bela pesquisa sobre o Nazismo em Blumenau.
Uma história que nunca devemos esquecer para apagar as possibilidades de volta e não deixar alguns fanáticos ressurgirem.
Adalberto Day cientista social e pesquisador da história em Blumenau