SECRETÁRIO-GERAL DA PRESIDÊNCIA
General da reserva Floriano Peixoto Vieira Neto
Santo Domingo, dividida pelo Haiti, no lado ocidental, e pela República Dominicana a leste, era uma das muitas ilhas caribenhas habitadas pelos índios taínos à época da chegada dos Europeus, em 1492. Ayiti (“terra de altas montanhas”) era o nome indígena taíno para as montanhas no lado ocidental da ilha e que acabou inspirando como o país é chamado atualmente.
Com a chegada dos colonizadores europeus, doenças e massacres dizimaram a população nativa, que foi reduzida de 500 mil para somente 60 mil habitantes em menos de 15 anos.
Séculos mais tarde, outra tragédia dizimou grande parte da população do Haiti. Às 16:53h no horário local, no dia 12 de janeiro de 2010, um catastrófico terremoto de magnitude 7,0 atingiu o Haiti, matando mais de 230 mil pessoas, ferindo milhares de outras e deixando mais de um milhão desabrigadas.
O General de Divisão Ken Keen, do Exército dos Estados Unidos que comandava a Força-Tarefa Conjunta Haiti – com um contingente de mais de 20 mil homens –, estava em Porto Príncipe quando ocorreu o terremoto. “Diante de obstáculos tremendos e perdas de vidas significativas, as Nações Unidas e a MINUSTAH, lideradas pelo então General de Brigada brasileiro Floriano Peixoto, demonstraram o verdadeiro espírito de colaboração e coordenação ao procurarem agir de forma rápida e eficiente no talvez momento mais difícil da história do Haiti.
BRASIL E EUA: RELACIONAMENTO DE LONGA DATA
As relações entre o General-de-Brigada Floriano Peixoto, comandante da força da MINUSTAH, e o General-de-Divisão Ken Keen, comandante da JTF-H, exemplificam este ideal. Em outubro de 1984, o então Capitão Keen, oficial de operações do Batalhão S3 do 1º Batalhão do 325º Regimento de Infantaria de Transporte Aéreo, participou de um programa de intercâmbio, por um mês, com a Brigada de Transporte Aéreo do Brasil, no Rio de Janeiro. Durante o intercâmbio, Keen conheceu o então Capitão Floriano Peixoto, designado como instrutor do Curso de Pathfinder da Brigada de Transporte Aéreo. Os dois iniciaram o que se tornaria um relacionamento de longa duração, com diversos saltos de paraquedas e patrulhas desmontadas. Pouco sabiam os dois oficiais juniores que, 26 anos depois, eles seriam oficiais generais trabalhando juntos para dar ajuda e assistência ao Haiti, um país atingido por um terremoto.
Em 1987, o então Major Keen fez o Curso de Comando e Estado-Maior do Brasil, no Rio de Janeiro. A experiência deu a Keen uma maior apreciação e entendimento do Brasil, assim como de sua cultura e idioma, algo que lhe seria bem útil em missões futuras.
Em 1988, o então Capitão Floriano Peixoto fez o Curso para Aperfeiçoamento de Oficiais da Infantaria do Exército dos EUA, em Forte Benning, na Geórgia. Naquela época, o então Major Keen trabalhava na Diretoria de Planos, Treinamento e Mobilização para a Escola de Infantaria do Exército dos EUA, e os dois continuaram a amizade que haviam estabelecido quatro anos antes.
Quase uma década depois, o então Tenente-Coronel Floriano Peixoto ensinou Português no Departamento de Línguas Estrangeiras na Academia Militar dos EUA, em West Point, em Nova Iorque.
Ontem, o General da reserva Floriano Peixoto tornou-se SECRETÁRIO-GERAL DA PRESIDÊNCIA da República Federativa do Brasil.