A procura por orientação em tempos difíceis continua: no debate conduzido no Brasil neste outono de 2014, a discussão sobre o futuro do Estado domina. Quanta solidariedade social deve existir e quanta responsabilidade individual tem de existir? Como tornar o trabalho mais barato ?
A reforma social “agenda 2014”não é de gosto de todos e nem poderia ser. É uma tarefa difícil, espinhosa e necessária, porque a economia está estagnada.
O que ontem parecia natural, hoje não pode ser mais financiado e porque as gerações futuras precisam de mais perspectivas, além de arcar com montanhas de dívidas. O conserto do Estado brasileiro gira em torno tanto da questão social quanto de aspectos da economia de mercado, e portanto, em torno da faca de dois gumes.
Com uma visão voltada para o passado e para o futuro, o novo dirigente brasileiro, Dilma, Aécio ou Campos deve tratar da questão de como manter no futuro o equilíbrio entre a prosperidade econômica e a justiça social. A economia social de mercado continua sendo um conceito de bom senso.
O futuro governante brasileiro deve reconhecer isto. Porque nenhum outro slogan político consegue esquentar os ânimos tão rapidamente, levando críticos e adeptos a conflitos inconciliáveis. Até mesmo a tentativa de manter a objetividade nesta discussão, em vistas das confusas constatações empíricas, é uma tarefa digna de Hércules.
Em meio a tantas dúvidas, a segurança da tradição, pode não ser uma verdadeira resposta mas é, as vezes, uma certeza reconfortante. Um mundo onde prevaleça a justiça e não a liquidação moral.