Uma pesquisa realizada pelo GESUL (Grupo de Estudos Sul Livre) em 98 cidades com mais de 50 mil habitantes dos três estados da região sul — Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, ouviu 38.752 eleitores com o objetivo saber a resposta dos eleitores sobre as seguintes perguntas:
Se o governo brasileiro permitisse um plebiscito para separar a região Sul, seu voto seria: a favor da separação, contra a separação, ou indeciso?
O resultado: 54,72% são favoráveis a separação e apenas 28,74% contra. O numero de indecisos ficou em 16,54%.
O maior índice de pessoas favoráveis está no Rio Grande do Sul, com 62,48% dos entrevistados; Santa Catarina registrou 52,47% de aprovação. A menor taxa de aprovação ficou no estado do Paraná, com 46,69%. Mas 20,16% dos paraenses estão indecisos, a maior taxa de indecisão registrada. E se somado aos favoráveis a separação, é o estado que mais deseja à república.
Sonho de independência
O movimento é uma instituição legalmente constituída no Brasil e está registrado conforme prevê a Lei no Cartório de Registros de Pessoas Jurídicas possuindo um estatuto devidamente registrado e aprovado em Assembléia Geral.
A entidade baseia-se no conceito de autodeterminação dos povos e não constitui um partido político, apesar de os seus fundadores estarem diretamente envolvidos com a política.
Segundo o estatuto do movimento, este declara-se supra-partidário, não podendo haver influência ou dependência de qualquer partido político em específico. A idéia é um separatismo independente de correntes políticas, desde que haja comprometimento com os valores democráticos.
Histórico de separatismo sulista
Historicamente a região sul sempre esteve ligada a movimentos separatistas, com o objetivo de criar uma república independente.
No século XIX, aconteceu a Revolução Farroupilha, ou Guerra dos Farrapos, que foi uma batalha entre a Província de São Pedro do Rio Grande do Sul (atual estado do Rio Grande do Sul) contra o governo imperial, que acabou resultando na declaração de independência da província como estado republicano, dando origem à República Rio-Grandense. Mas ela durou de 1835 a 1845, sendo incorporada ao império novamente.
Outro exemplo foi a República Juliana, uma nação proclamada na Província de Santa Catarina, o atual estado, que surgiu em 24 de julho de 1839 e foi extinta em 15 de novembro do mesmo ano após não ter conseguido expansão para a Ilha de Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis, que era a sede da província. Outro fator que contou para seu fim foi a intervenção das forças do Império para a retomada da região.
Propostas
A principal diferença em relação ao Estado brasileiro seria a inversão da lógica da arrecadação tributária: os municípios ficariam com 70% do arrecadado e a Confederação com o restante – apenas para manter as Forças Armadas e um Parlamento, que só se reúne quando surge a necessidade de convocação.
Segundo o movimento, outros fatores que motivariam a separação são o descontentamento com a democracia representativa brasileira e ausência de autonomia legislativa dos atuais estados brasileiros – que hoje têm restrições para editar leis.