O Comitê de Política Monetária do Banco Central elevou ontem (16) a taxa Selic, juros básicos da economia, de 12,75% para 13,25% ao ano, o maior nível desde janeiro de 2017. A decisão era esperada pelos analistas financeiros.
Apesar de o aumento em 0,5 ponto ter ficado dentro do previsto, o anuncio de que a taxa Selic deve continuar subindo foi supressa. A maioria dos analistas financeiros apostava que os juros básicos ficariam em 13,25% ao ano até o fim de 2022.
“Para a próxima reunião, o Comitê [de Política Monetária] antevê um novo ajuste, de igual ou menor magnitude. O comitê nota que a crescente incerteza da atual conjuntura, aliada ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos ainda por serem observados, demanda cautela adicional em sua atuação”, destacou o Copom em comunicado.
A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando estava em 13,75% ao ano. Esse foi o 11ª reajuste consecutivo. Apesar da alta, o BC reduziu o ritmo do aperto monetário. Depois de dois aumentos de 1 ponto percentual, agora foi de 0,5.
Inflação
A Selic é o principal instrumento para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em maio, o indicador fechou em 11,73% no acumulado de 12 meses, no maior nível para o mês desde 2015.
Apesar da queda no preço da energia elétrica, por causa do fim das bandeiras tarifárias, a inflação continua pressionada pelos combustíveis.
Crédito mais caro
A elevação da taxa Selic ajuda a controlar a inflação no Brasil. Isso porque juros maiores encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas mais altas dificultam a recuperação da economia.