Depois de 23 anos de ausência, com muita festa da torcida e calor, o GP do México voltou a F1 com alegria e e colorido, características pujantes do povo mexicano, que foi em peso ao renovado Autódromo Hermanos Rodriguez para torcer e vibrar com a prova caseira. No entanto, com o campeonato definido, a volta da corrida mexicana foi mais um passeio burocrático da Mercedes, que desta vez teve Nico Rosberg a frente, dominando o fim de semana e vencendo depois de um hiato de oito provas, desde o GP da Áustria, em junho.
O alemão da flecha de prata foi soberano, como deveria ter sido em Austin, e, sem erros, controlou a prova a frente do companheiro Lewis Hamilton, que não se encontrou plenamente durante a corrida. Fechando os três primeiros, outro motor Mercedes, desta vez da Williams de Valtteri Bottas, marcando o segundo pódio da temporada, mesmo depois das trapalhadas de estratégia da equipe.
Rosberg definiu a prova na largada, sem dar chances de ultrapassagem a Hamilton e abrindo uma distância segura do companheiro. Logo atrás, a confusão na briga por posições acabou prejudicando justo o então vice-líder do campeonato, Sebastian Vettel. O alemão da Ferrari tocou em Daniel Riccardo (Red Bull) e acabou tendo de ir aos boxes antes do fim da primeira volta para trocar um pneu furado.
Mesmo apostando nos pneus para uma perna de prova mais longa, Vettel andou furiosamente na pista, batendo o recorde de velocidade do ano e chegando a rodar em uma das curvas do carrossel mexicano. Seb acabaria por bater na volta 52, numa estranha saída de curva.
Pior ainda foi para Kimi Raikkonen, que abandonara algumas voltas antes num incidente com Valtteri Bottas em uma tentativa de ultrapassagem do compatriota da Williams. Kimi teve a suspensão traseira direita arrebentada e ficou de fora. Foi a primeira vez em nove anos que a escuderia de Maranello abandonou uma prova com os dois carros.
Outro destaque da prova foi Daniil Kvyat, companheiro de Riccardo na Red Bull. O russo largou com combatividade e permaneceu em terceiro grande parte da prova, andando diante de motores mais possantes que o modesto Renault V6. Infelizmente, foi a falta de motor que acabou tirando o pódio do garoto, que na volta do safety-car acionado por Vettel, viu Valtteri Bottas o ultrapassar sem cerimônia, restando apenas a quarta posição no final da prova.
Entre os brasileiros, a corrida mexicana foi um pesadelo sem fim. Felipe Massa até largava razoavelmente bem, em sétimo, mas não se entendeu com os pneus macios da Williams, especialmente nas partes mais travadas do circuito. Foi superado por Riccardo e acabou apenas num apagado sexto posto, sem ameaçar a batível dupla da Red Bull.
Já o xará, Felipe Nasr, teve um fim de semana muito mais melancólico, largando com o Sauber no fundo do grid e abandonando na metade final da prova, com problemas nos freios.
A vitória de Rosberg recolocou o alemão na vice-liderança do mundial, 21 pontos a frente de Vettel. No entanto, a grande marca do fim de semana foi a presença massiva da torcida mexicana, apaixonada há muito tempo por velocidade e que fez da prova a diversão do fim de semana. Grande parte desta lotação foi de responsabilidade do garoto Sergio Perez, o primeiro mexicano a correr em casa desde Pedro Rodriguez, em 1970, e o grande cartaz do fim de semana. No entanto, faltou um pouco de sorte a Checo, que terminou com a Force India em um distante oitavo posto.
Os 10 mais – Corrida
1- Nico Rosberg (Mercedes)
2 – Lewis Hamilton (Mercedes)
3 – Valtteri Bottas (Williams-Mercedes)
4 – Daniil Kvyat (Red Bull-Renault)
5 – Daniel Riccardo (Red Bull-Renault)
6 – Felipe Massa (Williams-Mercedes)
7 – Nico Hulkenberg (Force India-Mercedes)
8 – Sergio Perez (Force India-Mercedes)
9 – Max Verstappen (Toro Rosso-Renault)
10 – Romain Grosjean (Lotus-Mercedes)
ABN – Felipe Nasr (Sauber-Ferrari / Freios)
Os 6 mais – Campeonato
1 – Lewis Hamilton (345)
2 – Nico Rosberg (272)
3 – Sebastian Vettel (251)
4 – Valtteri Bottas (126)
5 – Kimi Raikkonen (123)
6 – Felipe Massa (117)
13 – Felipe Nasr (27)
O próximo encontro do circo é no feriado de Proclamação da República (15/11), quando os mais velozes do planeta batem ponto no tradicional traçado de Interlagos para o GP do Brasil. Tudo que rola na prova você confere no pós-corrida aqui no FAROL.