sábado, 20 de abril de 2024
17.2 C
Blumenau

F1: Rosberg cura a depressão com vitória na Espanha

(Beto Issa)
Soberano a prova inteira, Rosberg venceu e retornou com motivação a briga pelo título de 2015 (Beto Issa)

“Happy days are here again”

Dizia a frase-título de uma antiga canção americana escrita logo após a Grande Depressão da década de 30. É neste jubilo por novas esperanças que corre Nico Rosberg. Com a vitória no tempo caliente na Espanha, o alemão da Mercedes voltou a sorrir depois de começar a temporada de 2015 com uma “crise depressiva” diante da superioridade do companheiro de casa, Lewis Hamilton. No fim, a conquista do filho de Keke pôs nova vida num campeonato que tinha tudo para ser monótono.

Vettel chegou a andar em segundo, mas perdeu a posição nas paradas (AP)
Vettel chegou a andar em segundo, mas perdeu a posição nas paradas (AP)

E Rosberg não só convenceu na pista, como o fez com autoridade, como também o fez de ponta a ponta. Largou na ponta e disparou a frente, deixando que Hamilton se virasse as voltas contra a cada vez melhor Ferrari de Sebastian Vettel. O inglês campeão de 2014 voltou a sofrer com os mesmos males da afobação em alguns momentos, errando freadas e engordando curvas. Chegou em segundo, selando mais uma dobradinha para o time prateado. Mas encerrou o fim de semana tendo de rever a frase cunhada por ele que o maior adversário em 2015 era ele mesmo.

Hamilton se viu perturbado no fim de semana e não deve ter mais "ele mesmo" como adversário. Segundo lugar para ele (AP)
Hamilton se viu perturbado no fim de semana e não deve ter mais “ele mesmo” como adversário. Segundo lugar para ele (AP)

A Ferrari, novamente, voltou a andar bem, mesmo ainda demonstrando que falta alguma coisa para chegar a competitividade das Mercedes. Vettel largou bem e permaneceu grande parte da prova na segunda posição. Perdeu o lugar nas paradas e chegou em terceiro. Mesma posição que agora ocupa no campeonato. Já Kimi Raikkonen teve uma prova mais discreta, aparecendo mais no final disputando o quarto lugar com o compatriota Valtteri Bottas, que novamente mostrou talento diante dos problemas da Williams e justificou as especulações levantadas que ele será o sucessor do iceman na escuderia de Maranello.

Bottas anda forte e coloca a Williams em quarto, a frente do compatriota Raikkonen (Beto Issa)
Bottas anda forte e coloca a Williams em quarto, a frente do compatriota Raikkonen, ao fundo (Beto Issa)

Felipes sem sorte, McLaren segue evoluindo

Se sobrou arrojo para Bottas na batalha contra Raikkonen, para Massa o arrojo deu na conta para se recuperar de uma péssima posição de largada. Novamente sofrendo com os problemas da Williams, o brasileiro errou no Q3 de sábado, largou apenas em nono e passou a prova apagado, galgando posições suficientes para assistir a briga do companheiro com Raikkonen de binóculo. Terminou a prova em sexto.

Erro na volta do Q3 deixou Massa longe de coisas melhores que o sexto lugar em Barcelona (Beto Issa)
Erro na volta do Q3 deixou Massa longe de coisas melhores que o sexto lugar em Barcelona (Beto Issa)

Já o outro Felipe, o Nasr, viveu um fim de semana para esquecer. Sentiu pela primeira vez a falta de performance da Sauber em pistas mais velozes, terminando a prova apenas em 12º. Se faltou o ponto, fica o consolo de, mais uma vez, terminar uma prova a frente do companheiro, Marcus Ericsson, que continua aprendendo a correr em um carro “de verdade”.

Nasr se prepara para a largada. Brasileiro terminou em 12º, sem pontos (Beto Issa)
Nasr se prepara para a largada. Brasileiro terminou em 12º, sem pontos (Beto Issa)

E, falando em performance, a McLaren veio a Barcelona disposta a justificar a conversa de paciência pregada desde o início da temporada para o desenvolvimento do MP4/30. De pintura nova – em cinza-escuro e vermelho, mais invocada – e na casa do mais paciente dos pilotos, Fernando Alonso, o time de Working chegou a flertar com os pontos, mais ainda mostra-se longe do desempenho ideal. O espanhol abandonou diante da torcida, que já parecia anestesiada para a corrida fraca do bólido ingles. Mas Jenson Button fechou a prova na pista, em um discretíssimo 16º lugar.

McLaren de Button: De cara nova, e com a paciência nipônica de sempre (AP)
McLaren de Button: De cara nova, e com a paciência nipônica de sempre (AP)

Os 10 mais: Corrida

1 – Nico Rosberg (Mercedes)
2 – Lewis Hamilton (Mercedes)
3 – Sebastian Vettel (Ferrari)
4 – Valtteri Bottas (Williams-Mercedes)
5 – Kimi Raikkonen (Ferrari)
6 – Felipe Massa (Williams-Mercedes)
7 – Daniel Riccardo (Red Bull-Renault)
8 – Romain Grosjean (Lotus-Mercedes)
9 – Carlos Sainz Jr. (Toro Rosso-Renault)
10 – Daniil Kvyat (Toro Rosso-Renault)

12 – Felipe Nasr (Sauber-Ferrari)

Os 6 mais: Campeonato

1 – Lewis Hamilton (111)
2 – Nico Rosberg (91)
3 – Sebastian Vettel (80)
4 – Kimi Raikkonen (52)
5 – Valtteri Bottas (42)
6 – Felipe Massa (39)

9 – Felipe Nasr (14)

Rapidinhas:

– Salva de palmas respeitosas as ainda em desgraça Red Bull e Toro Rosso. Equipe-mãe e satélite seguem no calvário da falta de desempenho dos engenhos da Renault, mas propiciam algumas das mais empolgantes dividas de curvas e brigas de posição entre si e os demais carros.

– Em uma corrida um tanto monótona e tranquila como foi o GP da Espanha, não podia faltar um lance curioso para movimentar um pouco o fim de semana. E os responsáveis por isso foi, mais uma vez, a dupla “Faísca e Pinga-Fogo” da Lotus, que novamente protagonizaram lances estranhos na temporada. Maldonado viu o carro se desmanchar sozinho por duas vezes (a carenagem traseira na sexta e um dos suportes da asa traseira no GP) e foi, junto com Alonso, um dos a abandonar a prova.

Mecânico da Lotus se recupera do "golpe certeiro" de Grosjean com gelo nas "partes baixas" (Lotus)
Mecânico da Lotus  (em destaque) se recupera do “golpe certeiro” de Grosjean com gelo nas “partes baixas” (Lotus)

– No entanto, foi de Romain Grosjean o lance mais cômico, ao literalmente atropelar o mecânico do macaco dianteiro da equipe. O lance rendeu risadas de todos, já que o infeliz funcionario teve que aplacar a dor do golpe com uma reconfortante bolsa de gelo nas “partes baixas”, onde o cabo do macaco bem acertou (sem duplos sentidos, por favor). Para não dizer que foi o único, Jenson Button também escapou de acertar um dos mecânicos da McLaren na hora da parada.

– E falando em Barcelona, este foi o 24º disputado no autódromo catalão, que recebe a F1 desde 1991. A primeira prova guarda até hoje uma das imagens mais icônicas e fabulosas da história da F1: A briga “olho no olho” de Ayrton Senna e Nigel Mansell, que, quase que encarando rodas, dividiram a briga pela segunda posição na reta de largada, à época a mais longa da F1. Veja abaixo e diga se não vale como uma obra de arte…

https://youtu.be/Mj6cBXHWclQ

O próximo encontro do circo é daqui há duas semanas, quando o moderno volta a se encontrar com o clássico naquela que é a mais importante e histórica corrida da F1: O Grande Prêmio de Mônaco, que dispensa maiores detalhes. Até breve!

+ notícias

Últimas notícias

- publicidade -

Mais lidas