quinta-feira, 28 de março de 2024
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F1: No Canadá, Hamilton vence em dia inspirado de Massa e Vettel

Mais uma de Hamilton. Problema "operacional" em Mônaco não abateu o inglês (AP)
Mais uma de Hamilton. Problema “operacional” em Mônaco não abateu o inglês (AP)

Pela corrida que fez hoje, não dá para negar de forma alguma: Lewis Hamilton e a Mercedes são soberanos em 2015. Nem mesmo o “erro operacional” de Mônaco tirou a concentração do inglês que, na clássica e sempre carismática corrida do Canadá, voltou a fazer o que frequente faz neste ano: Vencer. No entanto, não foi apenas Hamilton o destaque do fim de semana, mas sim a fabulosa corrida de dois pilotos que, largando em posição difícil, tiraram a corrida em Montreal do marasmo quase previsível, e anormal em se tratando do GP canadense.

Vettel deu show. Largando de 18º, ganhou 13 posições na pista e terminou em quinto (AP)
Vettel deu show. Largando de 18º, ganhou 13 posições na pista e terminou em quinto (AP)

E foi no braço de Sebastian Vettel (Ferrari) e Felipe Massa (Williams) que a prova viu alguns dos momentos mais emocionantes do fim de semana na Ilha de Notre Dame. Eliminados no Q1, os dois botas tiveram que tirar da cartola todo o repertório de ultrapassagens e arrojo para fazer uma corrida de recuperação e garantir pontos. Vettel foi o que, de alguma forma teve mais trabalho. O alemão partiu de 18º, depois de enfrentar problemas no Q1 dos treinos oficiais e, depois de um festival de ultrapassagens (13 em pista), conquistou um merecido quinto lugar. Um prêmio para esforço de Vettel diante da péssima posição de largada. A frente de Seb chegou o companheiro, Kimi Raikkonen, que passou quase a prova toda em um tanto apagado quarto lugar.

Massa largou em 15º, mas usou da experiencia e arrojo para chegar em sexto. Ultrapassagem sobre Ericsson (foto) foi a mais bela (TV)
Massa largou em 15º, mas usou da experiencia e arrojo para chegar em sexto. Ultrapassagem sobre Ericsson (foto) foi a mais bela (TV)

Felipe Massa largou um pouco a frente de Vettel, em 15º, depois de também sofrer com problemas no motor no Q1. Mostrando o velho arrojo e calculismo nas ultrapassagens, o brasileiro fez uma corrida combativa, com belas ultrapassagens, e garantiu um merecido sexto lugar. Apesar da boa prova, não foi um fim de semana agradável para o brasileiro, pois além da batalha para recuperar posições na largada, Massa teve de assistir o companheiro, Valtteri Bottas, subir ao pódio em terceiro, o primeiro da Williams na temporada. Um prêmio para a persistência do time de Grove, que ainda busca reencontrar o caminho do desenvolvimento do carro, perdido desde o início do ano.
Agruras de Nasr, problemas na McLaren, impetuosidade de Grosjean

Se a Williams, mesmo lentamente, mostra sinais de recuperação do tempo perdido com o FW37, a compatriota McLaren, no entanto, ainda custa a colher alguma evolução plausível do MP4/30, empurrado pelo ainda anêmico motor Honda. Notou-se, desde a Espanha, uma evolução considerável do bólido -nipo-britânico, que ainda carrega o peso de reeditar a velha parceria que tanto deu certo nos áureos tempos de Senna e Prost. No entanto a paciência do team, especialmente de Fernando Alonso, parece estar começando a acabar, mesmo com os ainda positivos discursos dos lados de Working.

Button (foto) e Alonso sofreram com os problemas da McLaren em Montreal (AP)
Button (foto) e Alonso sofreram com os problemas da McLaren em Montreal (AP)

O fim de semana no Canadá foi horrível, ambos os carros saíram da disputa de forma melancólica mesmo com Alonso mostrando braço duelando com Vettel no início da prova (nas posições intermediárias). O asturiano protestou contra o abandono “programado” e disparou um sonoro “pareço um amador” no ar. Os problemas do carro são vários, atingem vários setores do projeto e cada vez mais a McLaren parece depender de um milagre para colocar o MP4/30 na estrada da competitividade. Resta acompanhar o desenrolar das próximas semanas e as próximas providências do team para sair do mar acinzentado que se encontra.

Quem também teve um fim de semana complicado foi o brasileiro Felipe Nasr. Novamente as voltas com um problema na refrigeração dos freios do Sauber, o brasiliense largou mal (14º) e terminou pior ainda o GP em Montreal (16º), atrás do companheiro, o sueco Marcus Ericsson, o 14º no final. Nasr corre desde Mônaco com um sistema novo de freios que, até o momento, mais problemas trouxe do que soluções. A equipe também espera a atualização na unidade de força da Ferrari, que deve chegar apenas no GP da Bélgica, em agosto.

O impetuoso Grosjean toca Stevens e fura o pneu. Cena "pastelão" em Montreal (TV)
O impetuoso Grosjean toca Stevens e fura o pneu. Cena “pastelão” em Montreal (TV)

A Lotus também teve problemas com um dos carros, mas neste caso, o ímpeto foi o defeito maior. O esquentado Romain Grosjean vinha até bem na prova quando foi protagonista de uma cena pastelão ao se acidentar quando colocava uma volta em cima de Will Stevens, da Manor-Marussia, na chicane de entrada na reta dos boxes. O francês tocou a roda traseira esquerda no bico do carro do inglês e acabou com o pneu furado. Os dois pilotos entraram de surpresa nos boxes, provocando a correria entre os mecânicos, tanto da Manor-Marussia quanto da Lotus. Grosjean ainda acabou o GP em 10º, mesmo com a ameaça de punição pelo acidente. O companheiro do francês, Pastor Maldonado, foi mais cabeça na prova (milagre!), e terminou em sétimo.

Os 10 mais – corrida

1 – Lewis Hamilton (Mercedes)
2 – Nico Rosberg (Mercedes)
3 – Valtteri Bottas (Williams-Mercedes)
4 – Kimi Raikkonen (Ferrari)
5 – Sebastian Vettel (Ferrari)
6 – Felipe Massa (Williams-Mercedes)
7 – Pastor Maldonado (Lotus-Mercedes)
8 – Nico Hulkenberg (Force India-Mercedes)
9 – Daniil Kyvat (Red Bull-Renault)
10 – Romain Grosjean (Lotus-Mercedes)

16 – Felipe Nasr (Sauber-Ferrari)

Os 6 mais – campeonato

1 – Lewis Hamilton (151)
2 – Nico Rosberg (134)
3 – Sebastian Vettel (108)
4 – Kimi Raikkonen (72)
5 – Valtteri Bottas (57)
6 – Felipe Massa (47)

10 – Felipe Nasr (16)
Rapidinhas:

– Um dos assuntos que mais circulou pelo mundo da F1 na última semana foi a possível volta do reabastecimento de combustível, que estaria sendo programada para 2017. Para o bom estrategista, uma forma de conseguir uma vantagem monstruosa apenas parando nos boxes e controlando o combustivel, para equipes, pilotos e fãs da F1, um regresso ao tempo chato das corridas “controladas” dos boxes e sem ultrapassagens. E não é mentira nenhuma afirmar isto. Na opinião deste jornalista, é mesmo um retrocesso que prenderá ainda mais os pilotos as equipes, coisa que já está demais em 2015.

Falta ímpeto na F1? Talvez sim, mesmo que muito jovem, Max Verstappen vai mostrando rebeldia, mesmo com uma dose de loucura (AP)
Falta ímpeto na F1? Talvez sim, mesmo que muito jovem, Max Verstappen vai mostrando rebeldia, mesmo com uma dose de loucura (AP)

– Falando em “prender pilotos”, uma coisa que tem irritado é esta falta de ímpeto de alguns botas nas corridas. Na Mercedes, chega a ser extremamente mandrake a posição de “perseguido e perseguidor” de Hamilton. Ultimamente, anda faltando um pouco de rebeldia, de rivalidade, de ousadia e audácia por parte de algum piloto do grid. Talvez, as atitudes rebeldes de Maldonado, Grosjean e até de Max Verstappen (apesar de arricadas e loucas), são resquícios da velha rebeldia nas pistas, coisas do anos 80 e 90 que não se vem mais pelos grids.

– Chega a ser deprimente a situação da Red Bull em 2015. Campeã de 2013 com um pé nas costas, sob o comando de Vettel, a escuderia austriaca segue perdida no meio do pelotão e sem mais caminhos para desenvolver o carro ou extrair algo mais do pouco potente motor Renault. Prova maior? Daniel Riccardo, o vencedor do ano passado, completou a prova fora da zona de pontuação, em 13º, atrás até do companheiro, o ainda novato Daniil Kvyat, que chegou numa também modestíssima 9º posição.

Riccardo em atuação apagada e sem pontos. O vencedor da prova canadense em 2014 sofre com os problemas na Red Bull (AP)
Riccardo em atuação apagada e sem pontos. O vencedor da prova canadense em 2014 sofre com os problemas na Red Bull (AP)

– Mesmo que hoje não tenha sido dia “rosso” em Montreal, sempre é bom lembrar da grande estima que o povo canadense, apaixonado pela velocidade, tem para com a Ferrari. Desde os primórdios, quando o saudoso mito Gilles Villeneuve conduziu a icônica Ferrari 27 pelas estreitas retas da ilha de Notre Dame para a primeira vitória da carreira tão breve, até os dias atuais, a paixão continua a mesma. Mas, se serve para recordar uma bela história deste caso de amor. Vale lembrar que completa-se, em 2015, os 20 anos da icônica e marcante vitória do francês Jean Alesi na F1. Foi em 1995, em uma empolgante corrida que marcou para sempre a carreira do baixinho de Avignon, levando a “maccina rossa” 27 a conquista no autódromo. Na ocasião também, Rubens Barrichello subia em 2º a bordo da Jordan-Peugeot, num notável desempenho.

Alesi "cavalga" a Benetton de Schumacher em Montreal, 1995. Primeira e única vitória do francês completa 20 anos (Getty Images)
Alesi “cavalga” a Benetton de Schumacher em Montreal, 1995. Primeira e única vitória do francês completa 20 anos (Getty Images)

Os motores voltam a roncar novamente daqui a duas semanas, no dia 21 de junho, quando a F1 vai a casa de Niki Lauda para mais um GP da Áustria. Ate lá!

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