Um estudo promovido por pesquisadores de um consórcio de instituições brasileiras de saúde concluiu que a hidroxicloroquina não é eficaz para o tratamento de casos precoces da Covid-19. A pesquisa foi publicada no New England Journal of Medicine ontem (23). A pesquisa também ocorreu em pacientes do Hospital Santo Antônio.
Os pesquisadores da Coalizão Covid-19 Brasil conduziram um ensaio clínico randomizado de 15 dias com três grupos, envolvendo 667 pacientes em 55 hospitais no país. Para um grupo foi ministrado apenas hidroxicloroquina, para outro hidroxicloroquina e azitromicina e para o terceiro nenhum dos remédios.
No modelo de análise com uma escala de sete níveis de acordo com a situação e saúde dos pacientes, indo da não hospitalização sem comprometimento de atividades à morte em função da doença.
Os pesquisadores não encontraram efeitos de hidroxicloroquina sozinha ou com azitromicina em comparação aos pacientes que não receberam os remédios, do denominado grupo-controle.
Os pesquisadores afirmaram no artigo que “Entre os pacientes com Covid-19, não houve diferença entre grupos nas probabilidades proporcionais entre grupos de ter um desempenho pior na escala de sete pontos ordinais no fim do período de 15 dias”.
Na escala, em que 1 são as melhores condições de saúde e 7 é a morte por Covid-19, o grupo que recebeu o tratamento padrão teve percentual maior do que os pacientes cujo tratamento foi feito com hidroxicloroquina apenas (68% contra 64%) no número de pessoas que permaneceram no Estágio 1, com melhor quadro de saúde.
O estudo também identificou mais efeitos adversos entre quem recebeu hidroxicloroquina com azitromicina (39.3%) e hidroxicloroquina (33,7%) do que no grupo com tratamento padrão (18%).
Consórcio
Os pesquisadores da Coalizão Covid-19 Brasil fazem parte das equipes dos hospitais e institutos Albert Einstein, HCor, Alemão Oswaldo Cruz, Beneficiência Portuguesa e Sírio Libanês, de São Paulo, e Moinhos de Vento, de Porto Alegre.