Conscientemente ou não, a operação de publicação por um jornal italiano, agora nas bancas, do livro “Mein Kampf” de Hitler é um ataque à história e a memória do passado da Itália. Pretendem vender o passado, na banca de jornal, criando erros de forma insidiosa de vícios, afirmando “revisitar” a história, numa análise de uma simplificação falsa e perigosa. Estamos todos em favor da verdade, mas a verdade histórica. A verdade histórica de Mein Kampf pode ser contada apenas na historiografia por historiadores e vítimas.
A reabilitação do passado, o mais negro da história humana, através de um livro, intelectual e moralmente desprezível, para fornecer uma visão altruísta e inocente do passado é a absoluta falta de responsabilidade cívica e histórica. O mundo livre foi a primeira vítima das idéias nazistas. Paroxismo de ódio antissemita, Mein Kampf também representa a negação da sociedade democrática, das liberdades fundamentais, do iluminismo, do progressismo, da mestiçagem e da igualdade entre os indivíduos.
É preciso lembrar que Hitler proveio da Alemanha democrática da década de 1930. Por isso é que Mein Kampf lembra as nações civilizadas que a vitória das idéias democráticas não as preserva dos recuos e a que a razão democrática, não é o credo de toda a humanidade.