segunda-feira, 18 de março de 2024
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Defender o indefensável?

Por conta da greve liderada no ano anterior em 04 de maio de 1981, Luiz Inácio “Lula “da Silva foi “condenado” pela 2ª Auditoria Militar de São Paulo a três anos e meio de prisão, com mais dez ex-dirigentes sindicais que passaram 21 horas detidos no DOPS e recorreram ao Supremo Tribunal Militar.

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SORRIDENTES E IMPUNES: Lula e seus dez companheiros de processo ficaram presos numa sala por 21 horas e foram soltos na noite seguinte.

Na ocasião o delegado Romeu Tuma determinou a compra de colchões e encomendou comida à casa de Detenção. Um dia depois, o juiz Nélson Guimarães expediu os alvarás de soltura para Lula e seus asseclas. No julgamento, uma nota subscrita na véspera pelos presidentes do PMDB, PP e PDT afirmava que estariam em jogo “princípios fundamentais da ordem democrática, tais como o direito a greve, o direito de reunião e opinião e a liberdade sindical”.

Redator do documento, o senador Tancredo Neves parecia preocupado: “O governo talvez não esteja avaliando corretamente a gravidade da situação”. Ulisses Guimarães afirmou: ‘Num regime democrático não se aplica a grevistas a Lei de Segurança Nacional”. Nota na imprensa da época informava: Ulysses como os réus, esperam agora que os juízes do Superior Tribunal Militar modifiquem a sentença da 2ª Auditoria de São Paulo.

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MARCA INCONFUNDÍVEL

O movimento que pretendia ser a estrela-guia dos operários brasileiros, levou significativa parcela da sociedade brasileira a acreditar em sua retórica marxista, levando-o a presidência da República após quatro tentativas. A implantação de um regime cleptocrático, foi marca inconfundível de sua gestão. Na época Lula queixava-se da incompreensão e de que seria vítima por promover com vigor os interesses dos operários. A mesma tática, que utiliza hoje para imputar a terceiros suas responsabilidades.

Passados 35 anos a realidade que se vê a sua volta, aberta e publicamente é a costumeira balbúrdia de grupos extremistas, clérigos de esquerda, políticos oportunistas, oposição complacente e teóricos diversos que ainda tentam, cada qual a seu modo influir e defender o indefensável.

Diante de todos os escândalos, crimes e roubos, políticos tentam ditar uma reforma política. Reforma política não é trabalho para políticos, é ofício para Estadista. Difícil é, no horizonte, visualizar o surgimento de um estadista a altura dos anseios tão necessários para este ofício no Brasil.

O autor é Historiador.

Sérgio Campregher
Sérgio Campregher
Sérgio Campregher é historiador pela Uniasselvi/Fameblu e fala sobre política nacional e internacional e curiosidades. Escreve de Blumenau.
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