terça-feira, 19 de março de 2024
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Crise: poderosa e desafiadora à sobrevivência dos jovens

Parecia um sonho (daqueles bem alegres por sinal) ou um final de filme com gente feliz onde as cores eram exaltadas ao surrealismo que acontecia diante de nossos olhos.

Fomos adolescentes nos anos 10 dos anos 2000, tudo estava perfeito, nossa economia crescia a 7% ao ano, a inflação era baixa e consumismo em alta, prometia ser o último mandato de Sarney e tudo dava a entender que éramos o país do futuro. Mas o sonho morreu, depois do lindo pôr sol veio a noite escura do inverno, hora de pagar as contas.

Hoje vivemos uma novela mexicana que une o fascismo e a intolerância do regime militar, a instabilidade política da era Collor e as ruínas econômicas do governo Sarney.

As sanções que Hans Kelsen (livro Teoria Pura do Direito) define como atos de coerção como reação contra determinada conduta humana ou reações contra situações de fato socialmente indesejáveis que não representam a conduta humana não estão sendo aplicadas a quem deveria, que são os velhos adeptos ao coronelismo e ao fascismo.

A ideologia parece estar perdida no deserto, mas quando é usada é usada para as mais excessivas das realidades, com radicalismos sem a proeza de ser usada para se achar uma solução. Nosso velho aliado, único capaz que resolver nossa crise, o diálogo, parece ter sido esquecido nas cabeças influentes do mundo moderno.

As tragédias colocam a prova de fogo nossa evolução espiritual, a energia anda pesada nas ruas, política sensata não é discutida, apenas polarizações são realizadas com nomes de culpados produzidos de gritos proferidos por gente que não se entende. Onde quer que olhamos vemos ruínas econômicas, políticas, éticas e morais. Ruínas é só o que se vê , é só ligar a TV. Quem diria que nós jovens cresceríamos em tempos de crise?

Éramos para aproveitar a nossa juventude onde tudo seria fácil, e não veríamos outra palavra se não a: oportunidade, mas o que acontece é ao contrário. Tudo esta difícil, a sobrevivência do dinheiro no final do mês e conseguir levar alguém para jantar em um lugar bacana é um meia maratona de grande proeza caso aja vitória. Ter exemplos nacionais não são vistos nem se olhar a direita nem a esquerda. Mas não é isso que incomoda, o que incomoda é ver projetos retrógrados serem aprovados no congresso, generais sendo exaltados, intolerância, e corruptos, réus, dando as cartas e presidindo julgamentos públicos.

A obrigação natural de Kelsen aos políticos não é vista, a ideia de Noberto Bobbio (livro A crise da democracia) que o nosso opositor não é um inimigo mas sim um opositor que pode ocupar o lugar no poder não foi aprendida e a política nos separou com um muro enorme.

Ver a liberdade se esvaziar em aplausos com o saudosismo ao regime militar não é fácil. Democratizaram, abriam as portas do congresso nacional sem educar a geração que esta assumindo os cargos eletivos.

Como ser humano eu vejo luz e a evolução espiritual das gentes, como cidadão, pertencente do Estado e aglutinado pelo substantivo de “povo” não vejo a luz no fim do túnel.

As dificuldades nos fazem mais fortes, saímos de todas as crises da história recente do país mais…. não consigo achar algum substantivo, parece não termos aprendidos nada com o passado.

Esse é mais uma de nossos exames finais onde é colocado a prova as instituições e o estado democrático de direito.

“Em nenhum país do mundo o método democrático pode perdura sem se tornar um costume (…) Devemos procurar agir com consciência através do pequeno lume de razão que ilumina nosso caminho.”

Felipe Gabriel Schultze
Felipe Gabriel Schultze
Formado em Direito, escreveu os livros 'Federalismo Brasileiro' e 'Sede de Liberdade'. Escreve sobre reflexos do cotidiano.
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