sexta-feira, 19 de abril de 2024
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Blumenau Esporte Clube – O dia em que o “urso” cansou de hibernar

Nos sites especializados de jornalismo e esportes da região, quem visse uma foto da torcida do Blumenau diante dos jogadores perfilados para mais um jogo poderia estar acreditando que estivesse delirando. Ou poderia acreditar em uma reportagem com fotos dos anos 1990, ou simplesmente estar no meio de um sonho e não querer mais acordar.

Mas, os valentes torcedores do BEC não estão mais sonhando, não estão mais em lamúrias pela falta que fazia seu time nos gramados da cidade-jardim. O dia 3 de agosto de 2013 já está registrado para os anais do tricolor como o “dia da volta”. Quem esteve nas arquibancadas do Monumental do Sesi, hoje um reduto quase todo do Metropolitano, não podia dizer que o estádio, construído em 1980, fosse pintado apenas de verde. Estavam lá o branco e o grená para o tom da festa.

Fundado em 1980, na união de esforços de Palmeiras e Olímpico, o BEC viveu altos e baixos durante sua trajetória. Alguns títulos menores e um “osso-duro” para as grandes potências do estado (Joinville, Avaí, Figueirense, Criciúma, Chapecoense e, em seu tempo, o Marcílio Dias) Não era simplesmente um time mediano apenas. Incomodou bastante, arrancou vitórias de fazer qualquer blumenauense amante do futebol se extasiar. Foram anos dourados, que depois do fechamento em 1998, da demolição do velho estádio Adherbal Ramos da Silva e das seqüentes tentativas de volta, pareciam que não voltariam mais.

Lembrar dos feitos do BEC não permitem esquecer daquela que foi uma das maiores sagrações do esporte blumenauense em muitos anos. Em 1989, credenciado com o vice-campeonato catarinense, o time participou da Copa do Brasil pela primeira e única vez na história. Apesar de outras vezes ter disputado divisões como a C e a B no Brasil o feito de passar da primeira fase e enfrentar o poderoso Flamengo, campeão de 1987 e em boa fase, já era digno de nota.

Após eliminar o Operário-MS, o BEC partiria para a luta contra um Flamengo que, para seus torcedores, era uma verdadeira seleção. A começar com o técnico – o mestre Telê Santana – e jogadores do naipe de Cantarelli, Leonardo e, claro, do “galinho” Zico. O Blumenau tinha um time razoavelmente forte, vindo da campanha do estadual passado e com craques como Cesar Paulista, Alaércio, Cid, Osmair e Walbert, este último marcaria o único gol do tricolor no Sesi naquela noite de 1989.

Não era óbvio, o rubro-negro foi categórico e venceu por 3 a 1 dentro de Blumenau, resultado que se repetiria no Maracanã, onde era impossível não se deslumbrar com tamanha magnitude de estar jogando no maior templo do futebol brasileiro, apesar de estar quase vazio naquele dia. O jogador Veneza faria história para o BEC, ao anotar o único gol do time em uma nova derrota de 3 a 1. Pense o que não foi especial aquele tento para a equipe naquela tarde.

Agora, voltamos mais que depressa a 2013. Dentro do Sesi bem abastecido de público, como em poucas vezes vi em meus 23 anos de vida, os jogadores voltam a ostentar as três cores que hipnotizaram os torcedores durante anos. A entrada da banda do 23º Batalhão de Infantaria podia ser prenuncio para a “guerra” que o BEC há de travar se quiser recobrar a forma outra vez e voltar a figurar com força entre os grandes, e tempo existe para isto.

Só o gol do Internacional de Lages, muito contestado por sinal, foi a água no chopp da tarde. Claro que a vitória era a esperada entre os que foram prestigiar, mas o futebol é sempre aquela caixa de surpresas, onde nem sempre o melhor pode vencer. Mesmo com a derrota por 1 a 0, o torcedor tricolor parece perder a esperança de ver o time cada vez mais forte e entrosado. A única coisa que faltou, pela lógica das torcidas, foi o olho clinico dos juízes, que falhou ao não notar muitos lances inclusive o gol do Inter.

E assim foi escrita mais uma página da história marcante do Blumenau Esporte Clube. A cidade-jardim volta a ter dois times, contrariando as lógicas do que muitos achavam sobre esta possibilidade. A rivalidade com o Metrô era pujante muito antes de o tricolor voltar a campo e parece que vai aumentar. A expectativa pelo próximo jogo, contra o Barra em Itajaí, já está nos torcedores desde o fim da partida de hoje.

Resumindo, se esvaziam os bancos do Sesi, mas a pagina virada agora pelo BEC está em branco e, o que é melhor, com uma nova história sendo escrita. O “urso” cansou de hibernar.

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