Antes de morrer, uma assombração a correr disse-me: não há fronteiras para nossas almas e emoções tão carentes.
A vida, disse ela, infiltra os cômodos em que me escondo melindrosamente.
Esconda-te, continuou, porque ser incomum não se escolhe e nem se troca, se ama e se assume.
As linhas parcimoniosas vastas, admitiu meu coração, assombram qualquer fraco.
Apesar de enlouquecer-me, é da poluição dos automóveis das selvas de aço de há a cura de mim.
Porque a vida, pobre coitada, resume-se no universo tridimensional e irracional dos vários dicionários.
Não quero esconder.
Não quero ser e esquecer.
Ainda quero crescer e conclamar que parem de me matar.Porque elas matam-me a cada ato de amar ingrato.
Ainda sonho na aurora infinita.
Quando luta-se contra os sentimentos, é uma batalha perdida, a nossa alma fica caída.
Quando a assombração torta perguntam-me se vale a atitude, respondo: “É o fim, e Ele está aí, descortinado perante nós, baby, só nos resta dançar sobre os escombros”.