sexta-feira, 19 de abril de 2024
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As aventuras de Albert Einstein em sua visita à Rio de Janeiro

Albert Einstein carrega pouca bagagem: algumas peças de roupa, um diário de viagem, livros e o inseparável violino. Ao desembarcar no Porto do Rio, é recebido como um semideus: todos querem ouvir sua voz, vê-lo de longe, quem sabe de perto. Chegou em um sábado de sol, após cruzar o Atlântico em 16 dias a bordo do navio Cap Polônio.

FÍSICA E MÚSICA - Einstein e o inseparável violino: intersecção da física e da música em sua vida. Mozart e Bach eram seus compositores favoritos.
FÍSICA E MÚSICA – Einstein e o inseparável violino: intersecção da física e da música em sua vida. Mozart e Bach eram seus compositores favoritos.

Com paletó surrado e sapatos sem meias, Einstein pisava pela primeira vez na América do Sul naquele distante 21 de março de 1925. Era uma estrela, “o maior gênio que a humanidade produziu depois de Newton”, segundo manchete de “O Jornal”. Nos cinemas, noticiários transmitem palestras sobre a teoria da relatividade. Poucos compreendem suas idéias obscuras sobre quarta dimensão, curvatura do espaço, distorção do tempo, mas todos se encantam com o “cientista com uma parcela de divindade”, como definiu o diário de Assis Chateaubriand.

A forma como se via o universo estava mudando para sempre graças ao homem de 1,75m que não penteava os cabelos há mais de dez anos. E ele estava aqui, suando como um qualquer no calor tropical. Embora a viagem ao Brasil, Argentina e Uruguai tenha durado três meses — dois em terra, um em alto-mar —, há pouquíssimas informações sobre ela nas muitas biografias que tentam decifrar o gênio. No livro de Walter Isaacson — mesmo autor da consagrada biografia de Steve Jobs —, por exemplo, não há sequer uma linha a respeito da passagem.

 Einstein, de terno claro, em visita ao Museu Nacional em 7 de maio de 1925. (Museu Nacional/UFRJ)
Einstein, de terno claro, em visita ao Museu Nacional em 7 de maio de 1925. (Museu Nacional/UFRJ)

Mas os vestígios de Einstein continuam vivos na cidade. Ainda mais agora, com a confirmação de uma descoberta feita por ele há mais de um século: a existência das chamadas ondas gravitacionais, que se propagam quando há uma grande produção de energia. Como o efeito de uma pedra lançada em um lago, o espaço também tem suas ondulações — e elas foram detectadas ao passarem pela Terra após a junção de dois buracos negros.

Fonte: O Globo

Sérgio Campregher
Sérgio Campregher
Sérgio Campregher é historiador pela Uniasselvi/Fameblu e fala sobre política nacional e internacional e curiosidades. Escreve de Blumenau.
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