Dedicando-se a uma vida de serviço, a Rainha Elizabeth II do Reino Unido aderiu aos princípios fundamentais ao aproximar a monarquia do povo. Ela viveu uma vida de serviço que começou muito antes de sua ascensão ao trono.
Em 1940, com apenas 14 anos, a então princesa Elizabeth fez sua primeira transmissão de rádio da BBC para levar conforto e esperança às crianças que haviam sido evacuadas das cidades britânicas durante a Segunda Guerra Mundial. Aos 18 anos, tornou-se a primeira mulher da família real a ingressar nas forças armadas, alistando-se no Serviço Territorial Auxiliar feminino, treinando como motorista e mecânica.
Aos 21 anos, ela fez uma transmissão radiofônica primorosa e definidora da Cidade do Cabo em que pronunciou essas famosas palavras: “Declaro diante de todos vocês que toda a minha vida, seja longa ou curta, será dedicado ao seu serviço.” Nunca uma promessa tão extraordinária foi cumprida com tanta diligência.
Se você pensar no marco vital na conclusão da jornada do Reino Unido para a democracia, quando todos com mais de 21 anos finalmente tiveram direito ao voto em 1928, isso significa que Sua Majestade presidiu mais de dois terços da história do Reino Unido como uma democracia plena.
Naquela época, ela conheceu um quarto de todos os presidentes americanos desde a independência, prestou consultoria a 15 primeiros-ministros britânicos e trabalhou com mais de 150 primeiros-ministros em toda a Commonwealth (comunidade britânica de nações).
Rainha Elizabeth II viveu alguns dos momentos extraordinários em nosso mundo. Desde a Segunda Guerra Mundial, quando os nazistas bombardearam o Palácio de Buckingham, até os cupons de racionamento com as quais ela comprou o material para seu vestido de noiva. (A realeza não escapou do racionamento imposto aos cidadãos britânicos após a Segunda Grande Guerra Mundial). Da apresentação da Copa do Mundo de futebol ao capitão da Inglaterra, Bobby Moore, em Wembley, em 1966, ao homem pousando na lua três anos depois. Do fim da Guerra Fria à paz na Irlanda do Norte.
Ao longo de tudo isso, enquanto as areias da cultura mudavam e as marés políticas baixavam e fluíam, ela permaneceu firme – uma rocha de estabilidade para a comunidade inglesa e, em muitas ocasiões, para o mundo inteiro. Como seu neto, o futuro rei, o príncipe William, disse sobre ela: “Uma e outra vez, silenciosa e modestamente, a rainha nos mostrou que podemos abraçar o futuro com confiança sem comprometer as coisas que são importantes”.
Como Sua Majestade disse em sua primeira transmissão televisiva de Natal de 1957, era necessário apegar-se a “ideais eternos” e “princípios fundamentais”, e isso requer o que ela descreveu como “um tipo especial de coragem que nos faz defender tudo que sabemos que está certo, tudo o que é verdadeiro e honesto”.
Ela liderou uma suave revolução da monarquia inglesa em seu longo reinado. Da primeira mensagem televisiva do dia de Natal à abertura dos palácios reais ao público e à invenção do passeio real, ela aproximou a monarquia do povo, mantendo sua dignidade.
Durante todo o tempo a Rainha Elizabeth II foi uma fonte de unidade e força. Ela fez uma contribuição extraordinária para o futuro da comunidade britânica de nações, aumentando-a de oito membros em 1952 para 54 hoje, ajudando a construir a família única de nações que abrange todos os continentes, todas as principais religiões, um quarto dos membros das Nações Unidas e quase um terço da população mundial.
Em 1953, durante uma turnê de seis meses pela Commonwealth, ela descreveu a forma como a comunidade britânica de nações foi construída: “sobre as mais altas qualidades do espírito do homem: amizade, lealdade e desejo de liberdade e paz”. Essas qualidades continuam a unir as nações da Commonwealth hoje.
Em meio a tudo isso, Sua Majestade se comportou com extraordinária graça e humildade. Quando as pessoas a conheciam, falavam sobre isso pelo resto de suas vidas, porque ela sempre mostrou um interesse genuíno por elas.
O serviço de Sua Majestade ao seu país foi extraordinário, sua passagem histórica. Sua longa vida de serviço ao seu povo deve ser celebrada e lamentada.
Com informações de Evening Standard.