quinta-feira, 28 de março de 2024
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Hoje eu quebro a porcelana

A vida é feita de intermináveis e esgotantes ciclos.

Alguns que atravessamos são desproporcionais e possuem tempo de duração irregular. Determinadas situações perduram em nossas vidas por muitos anos, outras são rápidas, mas nem por isso indolores.

Todas as fases, dependendo do tempo de duração, em determinado momento acabam.

E como é difícil de dizer que acabou. Como é difícil aceitar que uma determinada situação não vai ser a mesma, que uma amizade não vai ser a mesma amizade por conta da mudança de uma das partes, como é difícil admitir que não há mais afeto em uma parceria. Como é difícil! A resiliência é útil nestes momentos.

As situações são formadas por início, meio e fim. E se não há amor de verdade, ela vai junto com estas fases.

 

Porque o amor, velho guerreiro, resiste. Este sim resiste as crises e ao dia difícil. Resiste a teimosia e as nossas constantes mudanças. Resiste ao sim e ao não absoluto. Resiste ao talvez indeciso. E tudo que não resiste devemos deixar ir embora. Devemos desapegar e não se importar com aquilo que não é a prova de fogo.

É melhor quebrar a porcelana do que viver uma vida e um amor mais ou menos. Não merecemos o mais ou menos.

Por que insistir em algo que não resiste a nós mesmos? Não há motivos em teimar onde risos só são feitos das memórias de um passado que não há mais.

Precisamos saber que, mesmo involuntariamente, além dos motivos externos, muitas vezes quem determina o fim somos nós. Mesmo sem querer nós quebramos a porcelana, dizemos quando é o ponto final, seja por motivos internos, seja por decisões só nossas.

O fim de um ciclo, que ás vezes era abusivo, dá o espaço para um novo começo, novas histórias, novas aventuras na madrugada, novos contatos de WhatsApp.

Não ao comodismo! La vida es así, pero también no!

É preciso aceitar que quando o amor não é mais servido, não é preciso lavar a louça suja de mágoas necessariamente, mas sim e talvez, quebrar a porcelana de uma vez.

Talvez, o mais difícil é aceitar que a vida continua. Novos ciclos, novos problemas, novos amores. Novos choros na madrugada, novos sorrisos em uma terça-feira chuvosa. O sol continua a nascer.

Felipe Gabriel Schultze
Felipe Gabriel Schultze
Formado em Direito, escreveu os livros 'Federalismo Brasileiro' e 'Sede de Liberdade'. Escreve sobre reflexos do cotidiano.
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