sexta-feira, 19 de abril de 2024
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Bibliotecas podem ser obrigadas a ter um exemplar da Bíblia

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Mais de 86% da população brasileira é cristã. A grande influência dessa e das outras religiões na história da nação estampam até as notas com o famoso “Deus seja louvado”. Mesmo com imensa maioria religiosa, o Brasil é um estado laico, ou seja, que não tem religião definida respeitando todas as manifestações de pensamento.

Mas o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 16/2009, criado pela bancada evangélica no Congresso Nacional, promete muita polêmica: ele obriga as bibliotecas públicas de todo o país a manter disponível aos leitores pelo menos um exemplar do livro mais vendido da história da humanidade, a Bíblia,

O autor, o deputado federal Filipe Pereira (PSC), destaca em sua justificativa a “sólida tradição cristã do Brasil” e aponta a Bíblia Sagrada como “orientação essencial”. Por conta disso, ele sugere “tornar acessível a Bíblia para a comunidade cristã, especialmente para as pessoas que têm dificuldades financeiras para acrescentar as suas despesas a aquisição do Livro Sagrado”.

Presidente de ordem  evangélica pede isonomia (Facebook)
Grotmann, líder evangélico,
pede isonomia (Facebook)

A Bíblia não é somente um livro religioso, mas também tem histórias do povo judeu e cristão. Mas o que mais causa polêmica é o fato de o PLC prever somente a obrigatoriedade de um só livro que não representa a totalidade das crenças do Brasil. “A Bíblia é muito importante, mas é preciso ter isonomia no tratamento das religiões” afirma Oscar Guilherme Grotmann, presidente da Ordem dos Ministros Evangélicos de Blumenau (Omeblu).

Para Grotmann, não só é necessário ter os livros religiosos, como o Torá e Alcorão, mas outras obras “É necessário valorizar a literatura brasileira e tonar obrigatória uma grade mínima de obras, além de, é claro, livros sagrados de todas as religiões”, finalizou Grotmann.

Trâmite

O PLC 16 de 2009 entrou na pauta de votações da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e de lá, se aprovado, entra para votação em plenário do Senado e vai direto para a sanção da presidente Dilma Rousseff. Ele já foi aprovado na Câmara Federal.

Redação
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